domingo, 22 de julio de 2012

O BOM PASTOR


Sucedeu  num dia, fará uns três séculos, que um homem se converteu em cão lobo, mas para não perder o uso da razão se fez crer a si mesmo que se convertesse em bom pastor:

-Devo ter tomado algo que  me sentou mau, quiçá engoli uma pedra alguma vez ,  recordo um osso enorme que extraíram de meu interior. Devorei-o com paixão frenética; desde esse dia sozinho comi mel durante dez anos e em abeja converti-me, mas segue essa sensação de ter uma pedra no coração,  que se intromete em meu interior. Eu, que era um falcão e  de abelha passo neste ato a ser outra vez bom  pastor, pois atravesso os desfiladeiros inhibidos pelo dor, sucumbindo ante tí, ¡doce amor!,e não sei que fazer, pois já não recordo o cheiro da outra pele. Meus olhos se humedecem com a fumaça que aparece, na fogueira do prazer do banquete das mujers e homens da criação; depois irei eu só até ali, para  ver se ficaram restos de amor. Pelo que a meu concierne, sempre fui educado na disciplina do respeito devido a meus donos,os humanos, e agora estou só,  ¡abandonado!, onde aqui me deixaram meus amos; elas e eles dizem que eu me apartei, quando eu acho que ao invés foi; ¿porqué se não abro e fecho os olhos e creio estar num lugar diferente enquanto elas e eles aparecem sentados, imóveis?.Agora noto como minha pele deixa passar o matiz de outra pele em meu interior,¡eu!,que sou um bom pastor ,doce bom pastor, em algum dia com minha língua de mel lamberei tua pele.

xurxo@erencia