Medea e Jasón_John William Waterhouse |
Depois de dias e noites de andar, o homem branco pequeninho
de dez centímetros cruzou a rua, e
chegou aos jardins imensos da casa de cartão pedra aveludada do grande Moustafá
Dvn Ahmed ,o qual media quarenta e três metros de longo.
Colou-se à porta da morada, esperando à mulher que saía num
afamado programa de televisão e pela que sentia uma forte paixão no fundo do
último de seu minguadisimo coração. Ele sabia
perfeitamente pelos meios de imprensa de cor rosa que se via todos os dias com Moustafá, sempre à mesma hora. E chegou
Anahi, a mulher de turbante que lhe chegava até os pés Escalou à língua de seda o homem branco pequeninho de dez centímetros;
deixando-se levar pelo vento agarrou-se .Moustafá abriu e deu-lhe um beijo à
mulher, e entraram os dous .Como se fosse uma pequena mosca presa na falsa teia
de aranha de um grande amor distante,
ali estava Pulino, como assim se chamava o homem branco pequenitnho de
dez centímetros, colado ao turbante,. Da
teia de aranha facilmente decolou-se. E foi parar ao solo, claro está.
Moustafá e Anahi puseram-se a fazer o amor e Pulino invocou:
“Medea, Medea, que com teus unguentos
ajudaste a Jasón, teu amor;
líbra a Anahi do seu e que seja eu,
pois o que está com ela
é um dragão.”
E uma vez dito isto sacou um frasquinho de essências da
floresta que desprendiam um forte
cheiro; e com estranhos sortilégios tentou dormir ao falso dragão que ele
pretendia ver em
Moustafá Dvn Ahmed .Mas nada ocorreu. Decepcionado, agora já
não queria amar mais, já não faziam falta falsas escaladas, falsas teias de
aranha, falsas promessas de felicidade na busca de um amor. Agora deixava de sonhar e desaparecia da habitação,
dessa casa, desse mundo real em seus
sonhos, e o fazia por embaixo da porta.
xurxo fernandez gonzalez