martes, 18 de septiembre de 2012

Em algum dia será se a mar quisesse


Em algum dia será se a mar quisesse

 que não me abandone,

chegar ao deserto habitável

para render contas com minha alma

que me traiçoa;

poderei assim voltar em ti,

depois de um meditar sereno,

me alimentando de teus delicados sabores

que rogem em minha estreita condição,

presa das diferentes sinrazões que no mundo devoram

a ta excelsa humanidade,

¡oh,gema de minhas abrasões!,

eu já aprendi a não duvidar de ti,

jamais ver-me-ei vencido por teu porte,

mas se em ti eu pudesse refugiar

alguma esperança de união entrelaçada,

se tueus rebentos lânguidos de prazer

sugerem em  meu interior um paraíso

que nunca pude chegar a ele

por ser demasiado frágil sua masmorra ,

¡oh,deserto dos mortais!,

a vida trivializada é o espelho do alma ,

¿por que me abandonaste a este desterro?

,em verdade falta não fazia,

¿porqué me fazes sofrer?,

em verdade que não leva a nada,

¿por que finges quando em realidade te comove?

,alma sensível invejosa

da vida de outra alma sensível invejosa,

as duas atrapadas em procura

de  uma terceira alma sensível.

 

 
 
A escalada da montanha faz-se dura

pela adversa climatologia,

não pela fereza de suas vertentes

ou pelo estreito de seus desfiladeiros,

todo isso faz parte da figura do amor.

E que dizer do espalhamento,

as belezas de suas cordilheras,

uma montanha primeiro,

depois outra e outra mais,

uma sucessão de montanhas.

 
 
 
E eu num deserto,

me alimentando das bagas

que saem de meus olhos.

Serei pois amante das rosas

disfarçado de espinha cruel,

 numa árida terra,

para oferecer-me maior  defesa

no sentir de um mundo falso e egoísta.

 

 
¡Oh,doce pasto apetitoso!,

afasta-te de mim se vens só para o resto,

porque eu, apesar de viver no fogo,

caio num abismo

que me paralisa como o frio

numa guerra à que lhe chegasse o inverno.

¿Para onde ir senão contigo?,

doce amor de meu amor,

eu te preciso para sair deste deserto.

 

Xurxo fernandez gonzalez