jueves, 19 de septiembre de 2013

FANTASIA DE CORTE E NOBREZA ATO II





                               ATO II

                               CENA I

 

 

( Estão no Castelo do rei de Fontipanerika, na lavandaria, o próprio rei e Olmo,passaador de camisas do rei de Fontipanerika)

 

 

 

CAUSTO LÍGITO: Olá!, Olmo, ¿tudo bom vão as coisas por aqui?. Suponho que um se acostuma a este calor...

 

OLMO: Suponho que piores abrasões são as produzidas pelo amor, sua majestade

 

CAUSTO LÍGITO: Vá, como é a vida, umas e uns supõem uma coisa e outras e outros supõem outras e se criam falsas ilusões... ¿talvez é isso o que pensas?, de qualquer jeito é curiosa de por si já a situação, pois tens tocado a corda idônea do mono-cordio

 

OLMO: ¿Que?

 

CAUSTO LÍGITO: Sim, homem..., Claudio Ptolomeo!.Verás. Agora estou-me a iniciar na música. É esta uma expressão de minha invenção que bem pode valer para estas épocas em que nos tocou viver, pois refire-se tal dito de meu ativo campo imaginativo ao fato que se apresenta algumas vezes quando alguém devido a sua ocorrência e lógica dedutiva convive pelo efeito com a justa medida das coisas.

 

OLMO: Bem, creio entender, como se acertasse com o que tu também querias dizer!.

 

CAUSTO LÍGITO: Correto!, igual que a música acerta com o lugar onde se escondem nossas próprias raízes.

 

OLMO: Será assim então!. Eu escuto quando a primavera chega atenciosamente, esperando que os pássaros voltem, e entre ida e partida escrevo poemas de amor.

 

CAUSTO LÍGITO: Se ao falar do amor olhas a uma estrela e nada te diz pode ser que não ames ou que a estrela não sabe o que é o amor, embora em teu caso...,bem!...não sei eu!; ¿que te diz a ti uma estrela?

 

 

OLMO: Que eu a ela não lhe olho senão que me olha ela, e por isso torço a vista e alço a mirada procurando seu perfil.

 

CAUSTO LÍGITO:. ¿Quantos anos levas aqui?

 

OLMO: Dez e seis anos

 

CAUSTO LÍGITO:¿Quantos anos tens?

 

OLMO: Trinta e um

 

CAUSTO LÍGITO: Dois menos que eu. Como bem sabes eu sou amigo das letras também, e em realidade da arte em general. Estiveste às ordens de meu pai. Eram outros tempos. Estamos ante a queda deste grande império desde  faz já dois ou três gerações. Enquanto, ti trabalhas para manter em nossa imagem a distinção que se deve nos tempos que correm a quem levamos as redeas deste jogo, pois és passador de camisas, mas ao mesmo tempo também  fazes poemas, e eu sou um rei e faço poemas também. Como podes ver, e ainda que já o souberes deves pensar que há algo que nos une e que não tem os pés na terra. Estas alianças convêm quanto menos para sentir-se compreendido pelo labor exercida. Algum dia haverrá muitas e muitos passadores de camisas e unir-se-ão para lutar por seus direitos, ao igual que terá muitas e muitos artistas e igual do mesmo, ainda que é de esperar que estas e estes últimos quanto menos sejam mais divertidas e divertidos. Mas teu caso reúne a condição de ser as duas circunstâncias na mesma coisa. 

 

 

OLMO: Verdade isto é que com sua excelência se vive melhor que quando seu pai..., certo é dizê-lo...,bem!...,perdoe meu atrevimento...

 

 CAUSTO LÍGITO: Não te preocupes, o entendo perfeitamente. Eu permaneci baixo sua sombra emboscado até que ele morreu. Mas dou-me perfeita conta de que desde logo não era precisamente dos reis mais justos. Vá!..., estes ferros que têm orifícios candentes são bem curiosas...

 

OLMO: Como diz você antes eram outros tempos. Eu estar-lhe-ei sempre agradecido a sua majestade por me ter ensinado a escrever. Sempre foi algo reconhecido por homens e mulheres de alta linhagem e ainda entre gentes da baixa nobreza e desde que as pessoas nos vestimos o fato de fazer destacar a diferença e superioridade sobre as e os de inferior estrato com as formas mais curiosas, de tal forma que é questão sublime não oferecer nenhuma sinal rugosa na roupa,  isso dá sensação de poder...

 

CAUSTO LÍGITO: Sim, mas há outro fato que condiciona tal certeza. Às pessoas para tais distinções gostam também das dobras...

 

OLMO: Creio entender!, ou seja que...

 

CAUSTO LÍGITO: Que se brinda pela eficácia do plano mas depois fazem-se as condecoraões segundo o conjunto de plissados  que dão o aspeito rugoso primigénio desprezado.

 

OLMO: O que é de agradecer é que sua excelência  digne-se a falar com sua servidão.

 

CAUSTO LÍGITO: (Toca o ferro) Vá!..., estes ferros que têm orifícios candentes são bem curiosas. São costume é a do diálogo e para este se deve caminhar para que uma nação prospere.

 

OLMO: Nada  pode-se se não é com a força do amor e não a da ira e confusão que trazem consigo o ser prejuicioso nesta vida por culpa da ignorância.

 

 

CAUSTO LÍGITO: Amar, como tu amas...,!  mas,...preciso...

 

 

(Soa o cetro do rei contra o solo quatro vezes intermitentemente)

 

 

CAUSTO LÍGITO: ...diz-se que agora escreves ditos poemas de amor e os lanças pelos vão do castelo como se fossem pombas que parecer que se desvanecem para posteriormente girar sobre seu eixo e posar no solo....Mas...; ¿porquê demora-se tanto este meu pajem?. Esta vara sempre a escutam as e os servos...; ¿que terá passado?

 

OLMO: Bom, é uma forma como outra qualquer...

 

CAUSTO LÍGITO: (Abrindo a porta e a voz alçada) : Mas...,¿onde vais em tal veloz carreira pelo corredor, lindo pajem?. ¿Pode-se saber onde demónios andavas metido?

 

(Entra Pópulo)

 

POPULO: Desculpe sua majestade, fazendo as necessidades vitais...

 

CAUSTO LÍGITO: ¿Quais?. Bom, tanto faz..., não..., interessa-me...vindo de ti já sei de qual necessidades. Necessidades às que este rei que deixará de ser rei  para libertar ao povo também está obrigado. Quero uma vasilha de água fresca!

 

POPULO: Agora mesmo!; seus desejos serão cumpridos, sua majestade!

 

CAUSTO LÍGITO: ¡Meus desejos não!...,lindo pajem...minhas necessidades...em fim!, apressa-te!, mas não corras...Bem!, por onde ibamos....

 

 

(Sai Pópulo)

 

 

OLMO: Você dizia sua excelência, e eu assim lhe reconhecia o fato de que ultimamente lanço poemas pelos vãos abertos...

 

CAUSTO LÍGITO: (Grita): Inclusive desde as aspilleras viram-te!...

 

OLMO: Sua majestade!..., permita-me...

 

CAUSTO LÍGITO: (Grita outra vez, depois acalma-se) : bem!...devo acalmar-me...!,devo ser um rei justo...Sugere-se de que essas letras têm uma remitente; que vão dirigidas suas tonalidades e paixões interiores e desvelos para a pessoa de minha sobrinha.

 

OLMO: Perdoe..., mas isso não é certo...

 

CAUSTO LÍGITO: Em tua forma de olhá-la delatas-te!

 

OLMO: Isso não são mais que calunias!

 

CAUSTO LÍGITO: Ou seja!..., dizes agora que Youlovina não é digna de ser olhada então com os olhos do amor que dizes tu levar dentro, que não merece ela ser reclamo de tuas paixões...;vá!...,acho que apanhei-te num jogo de difícil saída. ¿Para quem é então esse amor ?

 

OLMO: Não entendo...,mas...,é...um amor...universal.

 

CAUSTO LÍGITO: (Desdobrando um papel)  Universal!..., já!, claro...já vejo!...A ver...este...de teu punho e letra!...apanhado ao voo.

 

Passarei por aí!.

 

Pois melhor será para mim

 

Ver-te de perto a ti;

 

                       Será uma coisa boa!.

 

 

 

Amanhã vou mendigar.

 

 

E ao primeiro sinal de clareza

 

Ensinar-te-ei a beber o néctar das flores....”

 

 

E não sigo lendo pois apresenta um carcter tendente ao obsceno, para meu gosto. Em fim, que com todo este agravio demonstraste-me não ser sincero, pelo que espero que deixes de insinuar-te a minha sobrinha. Não dás a talha para isso. Não proibirei que  escrevas, mas que não sejam hipócritas palavras...

 

OLMO: Com o devido respeito, sua majestade, mas acho que está você enredando tudo isto duma maneira desnecessária. Já lhe disse o que tinha que lhe dizer.

 

CAUSTO LÍGITO: E eu também a ti

 

 

OLMO: É injusto comigo. A obra dum artista não dever-se-ia medir com esse rigor. Pois bem!..., assim eu lhe digo pois que sua sobrinha é digna de amor, respeito admiração e leva em seus olhos o que o vento se deveu de deixar esquecido numa pequena ilha do desejo, dois luceros vivos em sinal de amor, uma pele suave como estas camisas quando estão recém passadas...

 

CAUSTO LÍGITO: Alto!. Mas, ¿onde está a simetria e a coerência em vossa dicción intimista? .¿Como podes pensar que assim alguém possa te querer? ,dizendo que sim e depois que não. Não quero que te acerques a minha sobrinha.

 

(Três socos na porta.Entra Pipulo)

 

 

 

PIPULO: “ Sua Majestade. Acaba de chegar uma mensagem urgente.

 

CAUSTO LÍGITO: Como?, dá-mo e retira-te!. Por conseguinte, já sabes Olmo..., já sabes...

 

(Sai o rei. Lê a mensagem)

 

 

CAUSTO LÍGITO: “ Sua Majestade. Têm surgido contratempos de última hora. As hordas do Norte estão a apresentar batalha e não respondem às razões do diálogo. Quêm aqui habitam são descendentes dessas tribos bárbaras que tantas dificuldades pusessem a outros impérios .Não existe nenhuma forma de diálogo. Armados mas em missão de paz estamos sendo acossados em emboscadas que se dispõem tristemente em nosso caminho...”. -Não preciso ler mais.¡Bem!, justo o que pensava, este Castoriux é um traidor. Levar-me-á até Escarpín. Acha que pode esconder seu jogo o conde de Panerikafonti, mas o desenmascararei.

 

 

 

                                                    ATO II

                                  CENA II

 



(Deserto de Urlituamina. Numa Khaima. Estão Corax, assessor militar do conde Escarpim; Tricksteru animador da milícias  do conde Escarpim e Corjovine sargento de alevines militares do conde Escarpim)

 

(Dois corvos vigiam subidos a uma duna a entrada da enorme Khaima)

 

 

CORVUX 1: Cem metros à redonda e todo a areia...

 

CORVUX 2:  E lixo!

 

CORVUX 1: Vá!, se agora te ouvisse esse jovenzinho sargento poderia  pensar que o estás a comentar qual semelhança deles.

 

CORVUX 2: Não entendo que queres dizer...

 

CORVUX 1: Por isso sou eu o número um e não o dois que és tu.

 

CORVUX 2:  A que vem essa estupidez, então, imprópria dum corvo que é o número um? ¿Terão calculado bem contigo?

 

CORVUX 1: Disse-mo Tricksteru um dia, carregado de hidro-mel, “o lixo é coisa que repugna ao ser humano, quando se enfadam se chamam lixo entre eles e elas...   E Eu agora to digo a ti para que assim aprendas. Eu sou jovem como tu, e estamos aqui para que nos instruam no caminho correto para que saia de nós o que levamos dentro...

 

CORVUX 2: Sempre fomos militares, no fundo de nosso coração! Mas..., já!..., essa cómica figura...! , Tricksteru!, metade corvo e metade humano...

 

CORVUX 1: Sim!, sempre  militares, e amigos de lobos também, e de coiotes, hienas, chacais e todo o tipo de alimálias

 

CORVUX 2: De fato abrimos-lhes o caminho para sacar logo nosso proveito.

 

CORVUX 1: As duas partes beneficiadas. ¡Isso sim que é amizade!

 

CORVUX 2: Mas..., ¡olhem!..., ¿estou a observar bem?... ¡Lá ao longe!... ¡fixem-vos bem!... ¿que é aquilo?

 

CORVUX 1: ¡Já vejo!... ¿Uma caravana de camelos talvez? Sem dúvida serão estes a quem nossos superiores esperam...

 

CORVUX 2 : Dá igual que seja quem queira ser ou quem sendo algo nada pudesse ser...,nem  de outra maneira..., desde depois que não...; quero dizer...,¿que mais dá?...,pois...,¡já sabemos o que toca; se nós vemos uma caravana de camelos devemos avisar.

 

CORVUX 1: Certamente..., ¡Crascitemos então!

 

CORVUX 2: ¡Sim!..., ¡isso é!...que é muito divertido...

 

CORVUX 1: Nós e nós, os e as juvenis..., se é que..., ¡somos já de por si muito juguetonas e juguetones! E isto para aqui quem estamos, machos guerreiros, é , é todo um jogo. Gostamos também das jóias ainda que há quem ache que as confundimos com outra coisa.

 

CORVUX 2: Como tal o devemos viver. ¡Crocitemos então!, seja pois que...

 

CORVUX 1: ¡Alto!... ¡não!... ¡é um espejismo! Fixa-te bem que parece como se nossa vista seguisse a alguém que primeiro vai para abaixo, para ato seguido voltar a subir

 

CORVUX 2: Pois..., agora que o dizes verdadeiro é... ¡que raro é!

 

CORVUX 1: ¡Não devemos de graznar, pois!

 

CORVUX 2: Verdadeiro, não devemos de graznar, pois...

 

CORVUX 1: ¿Por que repetes o que digo?

 

CORVUX 2: ¡Como és o numero um!

 

CORVUX 1: ¡Verdadeiro é!

 

CORVUX 2: Verdadeiro seja pois

 

(Dentro da Khaima)

 

CORAX (Fazendo aspavientos): Nós aqui, ainda que não o pareça temos poder..., sim...muito poder, pois instruímos aos mais jovens, tendo nós, guerreiros militares sido a sua vez instruídos pelo todopoderoso conde Escarpín.

 

CORJOVINE: Meu poder é académico, militar mas académico.

 

CORAX: ¡Bem!, hoje devem sair bonitas as acrobacias de tuas subalternos os corvos. Castoriux, máximo representante da ordem militar do reino de Fontipanerika vem a visitar-nos

 

TRICKSTERU: Subido a um camelo e com os olhos tampados guiado pela corda que arrasta ao camelo desde outro camelo. Assim é a vida para algumas e alguns em e no deserto e eu estou aqui para vos fazer a vida mais placentera. Este é meu oficio e minha vida, que a compartilho convosco e assim vos digo. Cantem...

 

CORAX: Dirás todo isso quando esteja aqui dentro Castoriux e no oportuno momento, não é agora, ainda que valha como ensaio.

 

TRICKSTERU: Precisamente trata-se disso. Quem somos metade corvo e metade humanos somos cómicos que devemos ensayar. Ainda que também é verdadeiro que somos guerreiros, mas a nós nos tocou animar à tropa..., à tropa de humanos, naturalmente, aos machos guerreiros um hurra pois..

 

CORAX: As e os corvos sempre foram de digna atenção para as estratégias das deusas e deuses, pois eles e elas não eram tão superpoderosos e superpoderosas como se pode pensar. Tinham suas debilidades mortais também, e tão assim parece ser que muitas e muitos morreram ou estão a dormir num trágico letargo

 

TRICKSTERU (Saltando de alegria): ¡Ou apacible!..., e assim se partem de riso de todas e todos...

 

 

CORJOVINE: Sinceramente, acho que os desta quinta já estão preparados para ir para o mar. Estes corvos aprendem rápido.

 

 

TRICKSTERU: (Sentado e balançando as pernas): Dizem de Castoriux que tem uma dentadura muito afiada, com uns uns incisivos aterradores e que impõe respeito nada mais o ver. Que essa é a primeira das condições pelas que foi eleito. Tenho vontade de ver-lhe e actuar para ele.

 

 

CORJOVINE: O verdadeiro é que já devia de estar aqui faz algum tempo...

 

(Ouvem-se graznidos. Saindo Corax e Corjovine)

 

 

CORAX: ¡vá!, parece que chegaram... ¡por fim!..., ¡já era hora!

 

CORVUX 1: ¡ Meu superior!...,¡lá!...¿vê-o você?...por septentrión

 

CORAX: ¡Bem!, quando cheguem que descansem. Mas façam passar primeiro a Castoriux.

 

CORVUX 2: ¿E como saberemos quem é?

 

CORJOVINE: ¡Mas bom!, ¡serás idiota ou que!, já sabeis de sobra que o que tem a dentadura mais afiada

 

CORVUX 2: Mas... ¿tão afiada tem-a?

 

CORJOVINE: ¿Como?, mas... ¿será possível?

 

CORVUX 1: ¡Desculpe-me por ele, sargento!, nenhum problema.

 

CORJOVINE: ¡ufff.....!, ¡está bem!..., ides acabar entre todos comigo

 

(Entram Corax e Corjovine)

 

 

TRICKSTERU:

 

“A vitória nossa é,

Triunfaremos com os pés

Bem ancorados na terra.

Os trovões acomodam-se

Bem a nossas liras

E saem triunfales alegres melodias...”

 

CORJOVINE: ¡Basta!

 

TRICKSTERU: Mas, se...

 

CORAX: Por meu segue...

 

TRICKSTERU: ¡São os cánticos de guerra!

 

CORAX: ¡Agora não!

 

TRICKSTERU: ¡Os que animam à tropa!

 

CORAX: Agora vai ter diálogo

 

CORJOVINE: Por meu segue, que saiba de um princípio como somos

 

CORAX: ¡Está bem!, convencestes-me, canta então...

 

TRICKSTERU: ¡Agora não quero!

 

CORAX (Grita): ¡Mierda!

 

(Entra Corvux 1)

 

CORVUX 1: ¡Já estão aqui!, ¿faço passar a Castoriux?

 

 

CORAX: Mas... ¿E porquê não avisastes com graznidos?

 

CORJOVINE: Perdoe você, mas aqui tenho que defender eu a nem tropa, pois as ordenes eram que agora entrasse Corvux 1 e como fez fizesse... ¡Já estão aqui!, ¿faço passar a Castoriux?..., ¡Isso era o lembrado!

 

 

CORAX: ¡Está bem!, ¡Façam-lhe passar!

 

 

(Entra Castoriux e Corvux

 

CORJOVINE: ¡Saca-lhe a venda!

 

CORVUX 2: ¡O que você mande!

 

CASTORIUX: (Sacando-lhe a venda): ¡Devo protestar pelo trato recebido!

 

CORAX: Mas homem..., seja você bem-vindo a nossa Khaima..., não se inquiete assim..., compreenda as circunstâncias..., tome-lho como um jogo de meninos o da venda, mas... ¡nos tempos que cor¿quem sabe?..., há demasiadas pombas mensageiras e muitas são as traições... ¡quem sabe!

 

CASTORIUX: ¡Em fim!, acho que não fazia falta isto. Eu estou de vossa parte. Esse rei já não é meu rei. De facto nunca foi rei meu. Eu me deixo levar por lá onde esteja a fortuna e as grandes gestas militares. Tenho visão de futuro

 

CORAX:

CORAX: Através de mensagens e pombas fizemos-vos chegar até aqui para que possas ver por teus mesmos olhos como Escarpín conforma um exército de homens e corvos

 

CASTORIUX: Eu achava que ia ser levado ante ele em própria pessoa

 

CORJOVINE: Subestimas a Escarpín. Ele é mais cauteloso. Ele é conde e teu um emissário que trais trais aos teus. Tudo leva seu tempo. Desfrutarás aqui uns dias de nossa hospitalidade e contemplarás as acrobacias e dotes militares deste exército

 

CORAX: ¡Bem!, ¡vamos ao assunto! Asi que Causto Lígito, rei de Fontipanerika tenta levar a seu terreno às tribos do Norte

 

CASTORIUX: De facto já tem mandado a seu vigilanta maior do reino e seus dois lugartenientes em missões de reconhecimento do terreno, e a meu agora me tocava em missão de paz chegar a onde eles e elas. Povos de tribos que vivem nas montanhas seguindo as raízes de antanho....

 

CORAX: ¡Está bem!, já entraremos em mais detalhes, mas, me dize uma coisa, algo relacionado com o amor. ¿A quem ama o rei?, pois é no amor onde as pessoas ensinam sua parte mais débil...

 

TRICKSTERU:

 

“A vitória nossa é,

Triunfaremos com os pés

Bem ancorados na terra.

Os trovões acomodam-se

Bem a nossas lir Bem a nossas liras

E saem triunfales alegres melodias...”

 

 
                  ATO II
                CENA III
 

 

(Castelo de Causto Lígito, rei de Fontipanerika. Aposentos do rei. Está Causto Lígito  dormindo)

 

 

CAUSTO LÍGITO: (Falando em sonhos): Mougadiviche!, onde estás? Porquê abrasas-me com teu fogo de amor  para depois partir e ter esta sensação de não poder viver sem estar a teu lado?, .Ver-me atrapado  dia depois de noite, sempre em meu interior. Tenho medo..., e muita sede!...

 

(Soa a sineta real)

 

 

 CAUSTO LÍGITO: ...E um vento qual brisa ligeira que às vezes passa como um amigo redentor que me apazigua do tão torpe que tenho sido .Agora te vejo! E por ter sido elegido por teu raio benfeitor de sublime amor se turva-se meu campo cromático. Foste a  causa que provocou em mim  esta transformação. Mas... onde estás?... já não te vejo!... Oh, dor, que apertas com força!...mas...preciso...oh!...¡estou sozinho!..., tendido na cama sem nenhum consolo... Porquê suo tanto?...

 

(Entra Guarda real)

 

GUARDA REAL: Desejava sua majestade?; mas... oh!...

 

CAUSTO LÍGITO: (olhando enfermiçamente ao guarda real): não!... estou perto de ti!..., não estou sozinho! Agora volto-te a ver...,

 

GUARDA REAL: A mim?..., isto...,

 

CAUSTO LÍGITO: Antes tinha medo de perder-te..., só era isso...,estás a meu lado! Fala-me!

 

GUARDA REAL: Acho que não é a mim a quem vai dirigido, ¡naturalmente que não é a mim...!, mas como é um rei amante das artes variáveis...

 

CAUSTO LÍGITO: Mougadiviche!

 

GUARDA REAL: (Aparte) ¡O rei está delirando de novo de amor!, ¡pobrecinho nosso rei!

 

CAUSTO LÍGITO: Mougadiviche!, faz favor!..., dize-me algo! Repúdiame se queres!..., mas... preciso ouvir tua voz! tu sabes bem que eu sem ti não sou nada.

 

 

GUARDA REAL: Sua Majestade permite-me que lhe de um copo de água e lhe alce a cabeça para...

 

CAUSTO LÍGITO: Mougadiviche!..., oh, meu amor!...algo ocorre muito estranho, alguém está a falar de que me quer cortar a cabeça... já chegaram quem querem acabar comigo! Apiádate de mim, sê compassiva... dize-me algo!

 

 GUARDA REAL: Sua majestade!.... está você delirando!

 

CAUSTO LÍGITO: Eu já não posso viver sem ti, eu..., eu não queria chegar a ser um rei que fosse escravo do amor..., eu tenho que salvar-me também...

 

GUARDA REAL (Aparte): Este rei parece-me a mim que o que precisa é um médico para que veja se se aqueceu demasiado sua temperatura corporal

 

CAUSTO LÍGITO: Mas tu...tu vens pelas noites e permaneces de modo tão natural ao lado de mim..., sorris e dás-me a mão com tanta delicadeza,eu sou teu sem chegar a saber quem sou!

 

GUARDA REAL: (Aparte): Mas..., que coisas mais curiosas diz um rei cundo está débil! Ocorrerá assim com todas as rainhas e reis quando se vêem vencidos?

 

CAUSTO LÍGITO: Mundo cruel!, !, ¡Afasta de mim este dardo envenenado que enviou Cupido,deusa do amor e meu martírio sem poder chegar a ti!

 

GUARDA REAL (Aparte): Vá!...,de quem falará agora?..., é interessante tudo isto!, mas devo avisar aos demais não vá ser que este rei aqui e nesta hora se morra estando eu a sozinhas com ele e  acusem-me a mim de algo...

 

(Sai o guarda real)

 

 

CAUSTO LÍGITO: Ouço uma porta que fecha-se com a dor duma porta que fecha-se!, já não te vejo!..., estou só outra vez!..., tenho frio e calor ao mesmo tempo!

 

(Entra um médico e o guarda real)

 

 

MEDICO REAL (Entrando): Avisastes já à sobrinha do rei?

 

GUARDA REAL (Já dentro) : A verdade é que...., não sabemos onde está. Mas..., a irei procurar pessoalmente

 

MEDICO REAL: Pois faça-o!, nestes casos o paciente precisa uma mão feminina de consolo

 

GUARDA REAL (Aparte): Ninguém sabe onde está exceto eu. A irei avisar com cautela...

 

 

(Sai o guarda real)

 

 

MEDICO REAL: Vou tomar-lhe o pulso sua majestade. Está você muito pálido. Uma baixada de tensão seguramente. Já lhe disse a você que come muito pouco.

 

CAUSTO LÍGITO: Quem é você?,..., esta sombra inchaada..., vem talvez..., vem talvez a comprovar se a minha cabeça..., fica-lhe algum ponto de união com o resto de meu corpo?

 

MEDICO REAL: Deveria sendo assim de cuidar mais estes detalhes e fazer uma dieta mais equilibrada. Precisa você mais verduras e mais campo! Verá como depois desta medicina produto da alta escola da fermentação e maturidade, nascida da alquimia..., verá você...sua majestade como pôr-se-á melhor.

 

 

(Aposentos do embaixador da guerra e a paz Conciliabilis)

 

 

CONCILIABILIS: Hoje é o dia mais feliz de minha vida!, por fim ti e eu juntos aqui. A vida sorri no momento em que um achava que a ele já não sorrir-lhe-ia.

 

YOUILOVINA: Difícil é às vezes precisar se é amor ou sozinho desejo voluptuoso o fogo que arde no interior  da montanha.

 

CONCILIABILIS: Duas montanhas, duas fogueiras, dois vulcões, um outono e uma primavera.

 

YOUILOVINA: Aninha o amor também nas cimeiras mais altas ainda que estas estejam mais deshabitadas. O jogo de nossos corpos ao unir-se no sensual prazer purifica também nossas almas, pois acaba-se o desejo e começa a acção amorosa

 

CONCILIABILIS: É um dizer então que ti também amas-me como eu a ti.

 

YOUILOVINA: O amor é universal e a paixão suas adormideiras

 

CONCILIABILIS: Escravas e escravos do desejo!

 

YOUILOVINA: Teu corpo sabe como a néctar de limão

 

CONCILIABILIS: E o teu como a framboesa. Mas... recordas a outra tarde no pátio exterior quando voavam as pombas ao redor?

 

YOUILOVINA: Sim!...esse foi o sinal

 

CONCILIABILIS: Sinal?..., eu depois  dei-me conta de que... oh!...mas..., hae algo que não entendo...mas... Agora o vejo! Não voavam ao redor nossa por seu capricho, senão que teu... agora o vejo claro!..., tu as amestrasteis!..., e eu que cri ingénuo que elas compreendiam que ali onde elas estavam, isto é, ao redor de nossas cabeças...

 

YOUILOVINA: Tens tu muita imaginação...

 

CONCILIABILIS: Talvez não?

 

 

(Soam três golpes discretos na porta)

 

 

YOUILOVINA: oh!... é o sinal!

 

CONCILIABILIS: Apanharam-nos! O rei curtara-me o pescoço

 

YOUILOVINA: Mas... tão mau pensas do rei?

 

CONCILIABILIS: É um rei!

 

YOUILOVINA: Vistamos-nos!..., isto que acabas de dizer não gosto nada. Deves recordar que eu sou o braço direito e parte do cérebro do rei, e que ainda que minha pele se tenha unido à tua tenho eu dúvidas de tua fidelidade à coroa, uma coroa, dito seja, que muito cedo deixará do ser. A intenção de nosso rei e a minha é  libertar ao povo...

 

CONCILIABILIS: Em fim..., isto último  dizer ao povo se gostas, embora a mim não enganais-me...

 

YOUILOVINA: De modo que essas temos!..., já falaremos ti e eu!

 

 

(Voltam a soar três golpes discretos na porta)

 

YOUILOVINA: Já estou lista!...,passem com sigilo!

 

 

(Entra Guarda real)

 

 

GUARDA REAL: Perdoe-me, senhorinha Youilovina, mas o rei acha-se mau-disposto e cri conveniente avisá-la a você.

 

YOUILOVINA: Mau-disposto?

 

GUARDA REAL: Falava só

 

CONCILIABILIS: Mas guarda, deverias saber que as e os reis falam sozinhos e sozinhas também. Vai-lhes no posto...

 

GUARDA REAL: Este rei estava a dormir e de seu corpo desprendia-se um suor frio e convulsões.

 

CONCILIABILIS: Deus meu!..., ter começado por aí

 

YOUILOVINA: Vou em seguida!

 

CONCILIABILIS: Queres que te acompanhe?

 

YOUILOVINA: Tu?..., e para que? Já falaremos tu e eu..., mas agora o importante é a saúde do rei

 

(Saem Youilovina e o guarda real)

 

 

(Aposentos do rei. Causto Lígito e o médico real)

 

 

 

MEDICO REAL: Bem!...parece que vais recobrando cor...

 

 

CAUSTO LÍGITO: Ela me chamava!,...sim, doutor...foi como uma picada muito forte no peito. Quando se estava a despedir  fazia-me senhas de que fora com ela...

 

MEDICO REAL: Tranquilize-se!, já passou tudo, tem tido você uma baixada de tensão unida a sua ansiedade desmedida por tais questões amorosas...

 

CAUSTO LÍGITO: Tentei levantar-me e avançar e cri ver a quem contra meu conspiravam. Verá doutor!, é como se visse o beco sem saída do amor para posteriormente encontrar-me com o mismíssimo túnel da morte.

 

MEDICO REAL: Mas...,que coisas mais curiosas!, mas..., ¡não se preocupe tanto homem!,¡não se preocupe tanto por estas coisas do amor!Verá você!...,Faça como eu!,viúvo desde faz dez anos e sem ser tão velho nenhuma mulher e feliz como uma rosa...,claro que...você é rei!,e dos reis e rainhas pode-se pensar qualquer coisa...

 

CAUSTO LÍGITO: Você só é um médico e os médicos não entendem destas coisas. Mas...Onde está minha sobrinha?,preciso de sua mão para...

 

(Soam dois golpes na porta. Entra o guarda real)

 

GUARDA REAL: Sua cara excelência!, sua sobrinha tem vindo a vê-la..., faço-a passar?

 

CAUSTO LÍGITO: Pois claro... Idiota!

 

GUARDA REAL: Para o que você mande!

 

 

(Sai o guarda real)

 

 

 

MEDICO REAL: Não lhe convêm estes excessos...

 

CAUSTO LÍGITO: Verá você!, eu mesmo me arrependo depois. Conhecido é que trato bem a minhas servas e meus servos, mas é que quando encontro-me mau parece como se todo se viesse abaixo e o labor satisfatório acumulado após muitos dias, meses e anos de trabalho parece vir-se abaixo numa milésima, dentro dum segundo correspondente a seu minuteiro envolvido numa linda caixinha que comemora o espaço duma hora.

 

MEDICO REAL: Bem, assim é...muito melhor, recobrando o espírito emancipador!

 

 

(Entra Youilovina)

 

 

YOUILOVINA: Oh!, caroo tio meu!, rei de reis..., mas.... que é o que te ocorreu?

 

 

MEDICO REAL: O amor, a ansiedade e não se cuidar bem fisicamente!

 

CAUSTO LÍGITO: Oh!, minha caridísima sobrinha, que prazer voltar a  ver-te. Mas.., vêem e senta ao lado minha e acaricia minha mão!

 

YOUILOVINA: Deves de deixar de pensar nela e  cuidar-te mais!

 

MEDICO REAL: Assim lhe tenho feito saber. Convém-lhe também a vida na montanha, no campo, e se alimentar melhor.

 

 

                            

                             ATO II

                                          CENA IV

 

 

 

(Lago cálido do exterior da gruta de Mougadiviche. Estão Mougadiviche, rainha do País das Sereias e Halmagetón, assessor militar do reino de Mougadiviche)

 

 

MOUGADIVICHE: Bem Halmagetão, deste reino teu és o bicho macho no que aqui mais confio

 

HALMAGETÃO: Obrigado pelo elogio

 

MOUGADIVICHE: Não, não te aches que é isso, a rainha do país das sereias não precisa adular a ninguém.

 

HALMAGETÃO: Quando falas de bicho, não incluirás então aos machos humanos?

 

MOUGADIVICHE: Pois claro que sim. Os pajens e oficiais são simpáticos mas não chegam a tuas alturas. Para mim é como se todos fôsseis filhas e filhos meus. Renunciei a meu passado e fabriquei  uma tocha com  meu corpo que alumiasse o caminho no meio da noite.

 

HALMAGETÃO: Sábia decisão!

 

MOUGADIVICHE: Depois apareceste tu

 

 

HALMAGETÃO: Disso lembro-me. A primeira vez que te vi não apagar-se-á de minha memória

 

MOUGADIVICHE: Bem, vejo que captas muito bem o que quero dizer. É admirável teu voo! Mas começarei pelo princípio

 

HAL HALMAGETÃO: Isso é!, como a história...

 

 

MOUGADIVICHE: Quando era menina minha família da que já não lembro-me, pois esse é o preço que há que pagar por ser rainha deste país...

 

HALMAGETÃO: Horrível!

 

MOUGADIVICHE: Oh, trágico destino que  retorces-te em meus seios!, porquê veio a mim esta prova? .Tu o compreendes muito bem porque estavas anteriormente presente nos meus sonhos.

 

HALMAGETÃO: Isso  tens-me assim já comentado, uma grande dita e honra para meu corpo de falcão.

 

MOUGADIVICHE: Mas eu te dizia..., eu te ia dizendo..., onde eu ia? É que verás, são tantas as emoções! Como sabes estou ensaiando o papel de minha vida

 

HALMAGETÃO: Se!, e já comentasses que quando eras uma menina tua família praticava a arte da cetreria e que o sabes por um livro.

 

MOUGADIVICHE: Sim, obrigado, meu caro Halmagetão, quando acabemos com isto converter-me-ei em falcã para ti e faremos o amor

 

HALMAGETÃO: Será para mim uma honra!. A pena é que não possa ser ao imvés...quero dizer...converter-me eu em rei e ti como estás agora.

 

MOUGADIVICHE: Não deves de desejar com vehemencia aquilo do que a natureza não  dotou-te ou que é de difícil solução. Bem!, estava eu fazendo o amor...,isto...¡não!, perdão...,estava eu em que quando era uma menina e ao tempo de me fazer mulher entrou em minha vida um estranho ser... Esta parte já a ensaiei mais vezes com Surtilandia. O caso foi que entrou em minha vida um estranho ser e embaucou meu coração. Dizia que devia lhe ajudar, que se encontrava só neste mundo. Era ele um homem que vestia de negro e que já anteriormente tinha entrado quando era menina em minha vida num sonho no qual era portador duma guadanha e que se afastava quando a mim me viu, como se fosse a coisa de que me tivesse perdoado a vida. O caso é que revi a esse homem mas já não em sonhos senão na realidade passados uns anos. Ele  roubou meu coração com cantos lastimeiros e invocações ao amor, em jogos enfeitados com a bela palavra. Fatos e palavras que me condicionavam de tal maneira que o que parecia um imenso fervor de paixão num apacível dia de inverno se transformou numa agonia.

 

HALMAGETÃO: Vá pois!..., que dor!, pobre!..., oh, minha cara Mougadiviche!, deixa-me abraçar-te

 

 

MOUGADIVICHE (Abraçando ao falcão): Oh, meu lindo pintassilgo!...bem..., isto..., devo seguir com o relato. Descolemos-nos!

 

HALMAGETÃO: Como queira a rainha!, sempre segundo e para onde vá o vento e  seus caprichos, minha majestade!

 

MOUGADIVICHE: Que bem nos entendemos!

 

HALMAGETÃO: De maravilha!

 

MOUGADIVICHE: Bem, recordavas tu e com bom critério que apareço num livro de voz anónima

 

HALMAGETÃO: Isso do anonimato não o dissesses.

 

MOUGADIVICHE: Digo-o agora! Na página mil quinhentos noventa e sete parágrafo décimo e terceiro aparece escrito.” E a menina de cachos de ouro quando se achegava na carroça de fogo atirado por bois alados sorria e suas inchadas bochechas sopravam mistérios. Apareciam então diferentes aves de pressa que parecesse como se quisessem amamanta-a quando já não era necessário”. Essa era eu de menina, ¡ Halmagetão! Sei-o pelo das bochechas e os mistérios.

 

HALMAGETÃO: Sendo assim nada mais que dizer por minha parte ao respeito. Vindo de ti eu te creio, e é uma honra para minha...., mas..., Mougadiviche!..., oh!, ¡quanto deveste de sofrer! De modo que então foste..., e quando já te convertes-te em mulher, seduzida por um homem vestido de maligno...; perdão!..., um jovem vestido de negro...

 

MOUGADIVICHE: (Grita desgarradoramente): ¡De nome Escarpín!...para mais senhas

 

HALMAGETÃO: Vá!, acabas-me de deixar de pedra...,, Escarpim!..., Maldito seja!, tens que esmagar-lhe!...,dize-me!....que te fez!

 

 

MOUGADIVICHE: Eu também me deixei fazer. Em realidade nem fez-me nada bom nem nada mau. Aproveitou-se de minha inocência para, e segundo diz o livro seduzir às aves de pressa de melhores condições de minha família.

 

HALMAGETÃO: Que horror!, maldito Escarpim!

 

 

MOUGADIVICHE: Um dia abandonei-lhe, pois ele não deixava de fornicar com hienas, chacais, corvas e corvos de insuportável fedor.

 

HALMAGETÃO: Maldito Escarpim!

 

MOUGADIVICHE: Atravessando a selva coberta de densas rochas de árvores amatorios, unidos em suas despensas entrecruzadas por ramagens dos que se desprendiam os cem mil sabores do paraiso. Um grito de amor!, eterna subtileza de migalha de pão que alimenta!..., e uma folha que se desprende e cai ligeira, ao vazio, para ser aproveitada por ínfimas espécies que se enredan nas raízes e se fortalecem afortunadas de tal ligeiro desprendimiento, como uma suave caricia que alivia a dor das e os mortais.

 

HALMAGETÃO: Que estranha sensação de consolo que brinda a natureza!. ¡Que sensações tão placenteras!.Quanto mau deveu-te fazer ele padecer!

 

MOUGADIVICHE: Aproveitou-se de mim para fazer amizades com a alta alcume de tão variadas espécies que dormitavam no castelo de minha família, da que só tenho referência por esse livro mas que se faz evidente sua realidade em minha condição e existência. Por conseguinte, um dia indeterminado acordas e  adentras-te na selva tua sozinha e nasces de novo quando jogas dela para voltar de novo outra vez, pois seu feitiço é tão sublime que não oferece resistência o voo...; e sendo de modo que uma não pode mais que se deixar levar pelo amor que a ela lhe foi sustraído. Inventa então em sua mente uma saída para a abominável  infámia de mortais e sucede às vezes que o alma se deixa levar pelo abandono de suas necessidades para habilitar a composição das outras sem as quais não poderia viver.

 

HALMAGETÃO: e porquê esse sacrifício!, não o entendo!. Mas...., Que amor tão sublime parece conter!, convida a tal desprendimiento!, gloriosas as vozes que desde o firmamento convidam a tais paixões de impresão e dignidade!. Mougadiviche,..., desde que eu te vejo a vida para minha recobrou um novo sentir. Agora é todo como um jogo divertido

 

MOUGADIVICHE: Já!...,não sei...

 

HALMAGETÃO: Oh!...assim deve ser.

 

MOUGADIVICHE: Como um jogo?

 

HALMAGETÃO: Bem, não sei, a coisa será então mais séria. Isso da magia..., pois..., Isso da magia..., pois..., pois é de modo que devido às adversidades é coisa de converter pedras em pães de sábia engenharia. Há muita miséria no planeta terra.

 

MOUGADIVICHE: Vejo que entendes perfeitamente de que vai isto. ¡Ah...,sim!,  e é que as e os de tua espécie sois formidables, um voo em queda acelerada e certera em  com decisão e sem amilanamiento. Eu venho a este mundo para trazer um pouco de dignidade

 

HALMAGETÃO: Seja assim verdadeiro ou não seja bem será o o crer de modo que seja

 

MOUGADIVICHE: Vejo que entendes perfeitamente de que vai isto, volto a insistir para deixar bem claro. Vocês, aves de pressa que vos alimentais de outras cumprindo o ciclo  algum dia deixardes esta condição escrava e subireis com vosso aleteo às mais honrosas cimeiras dum novo amanhecer. Passarão dias e noites de meditação e baixareis com vosso ardor guerreiro para chegar a um paraiso de amor onde a vida descansa apacível do efeito transformador, convertida a capricho de seus sonhos numa nova realidade com fundamento. Então compreendereis que são vossos amigos os pintassilgos e as cobras também.

 

HALMAGETÃO: Seja assim certo ou não seja bem será o o crer de modo que seja. Repito de novo, porque bem vale também para esta ocasião este estribilho popular .

 

MOUGADIVICHE: E agora, vamos ao fundo do assunto!

 

HALMAGETÃO: Pois vamos então!. Mas...está muito ao fundo?

 

MOUGADIVICHE: Tenho uma nova missão que vos encomendar!,mas antes...

 

 

(Soa um búzio. Entra Pipulo, pajem menor de Mougadiviche)

 

 

PIPULO: Que deseja sua majestade?

 

MOUGADIVICHE: Simpático pajem!,que entre o bufão

 

 

(Entra Bubobibo)

 

 

BUBOBIBO: Aqui estou sua majestade!, sempre com o ânimo posto em serviço fiel ao público com merecimiento se delas e eles um sorriso, uma adivinha  ou um indício de nova paixão entrassem em suas mioleiras .Mas agora, e sendo tão reduzida a audiência aqui sentada, deseja sua majestade que faça essas cabriolas que tanto gosta?, ou deseja alguma outra coisa em especial que saia de sua gosto tão extraordinário?

 

MOUGADIVICHE: Canta uma canção!

 

BUBOBIBO:

 

“Que há no mar

Que perdeu em seu interior a garrafa

E com ela a mensagem

Que em código segredo se adjudicou?

Fosse talvez tal mistério

De um fogo tão ingénuo

Que o efeito de tão suave licor

A mensagem decifrou

Mas a garrafa não apareceu?”

 

MOUGADIVICHE: Podes retirar-te!

 

BUBOBIBO: Bonito?

 

MOUGADIVICHE: Bonito!

 

HALMAGETÓN: Bonito!

 

(Sai  Bubobibo)

 

 

MOUGADIVICHE: Pois bem, dizer -te antes de mais nada que devemos manter com precaução uma de nossas máximas cartas a favor, a de que ninguém saiba nossa posição. Agora bem, devemos de andar com muito cuidado, pois ainda que bem sabeis de minhas habilidades de bruxa Escarpim também é poseedor de outras, e sua pretensão inicial é formar um exército de alimálias para fazer semear o terror. De facto já tem começado e se divisam pela costa os primeiros.

 

HALMAGETÃO: Entendo, sua majestade!, e qual é a missão?

 

MOUGADIVICHE: Dantes, façamos o amor!

 

 

                              ACTO II 

                             CENA V

 
 

 

(Castelo de Escarpim, conde de Panerikafonte. Sala das pombas mensageiras. Estão Escarpim, Corax, chefe militar do condado de Panerikafonti e Castoriux, assessor militar de Causto Lígito, rei de Fontipanerika)

 

 

ESCARPIM : Columbas livias! Ah!, que grandes tesouros guarda a natureza! Elas, são porteadoras de columbo-gramas com arinho na patinha... Bem!, e como ia dizendo, quando meu condado deixe de pertencer ao reino o primeiro que farei será pintar todo de preto....mas... ah!..., meu gosto pelas aves!...este gosto meu pelas aves: ao vê-las livres voando, submetidas a meu talento ou servidas em bandeja para ser devoradas..., Sim!, todo um gosto extraordinário e refinado pelas aves. Bem!, e como ia dizendo eu, Pintarei tudo de negro!, ou mais bem dizer que eu ordenarei tal mandato lá por onde expansione -me

 

CORAX: É a cor clara e definitivo da vitória, sem dúvida!, o negro!...; de qualquer jeito é como se em realidade o reino já deixasse de ser reino. Este condado já com luz própria é, e nunca melhor dito, e dito seja pelo contraste. Pode se quer seu senhoria, já e então assim dando por entendido..., pode começar a pintar de preto todo e não ter que esperar a que...

 

ESCARPIM  (Grita): Hae que esperar à oficialidade para poder pintar todo de negro!

 

CORAX: Pois a verdade que não entendo eu esto

 

ESCARPÍN (Em voz muito baixa. Na interrogante finalizadora grita): Estas coisas não estão feitas para ti senão para os de mente mais aberta e rigorosa que entendemos as pautas do jogo. Mas..., De que vitória falas?

 

CORAX: Da nossa!, sem duvida...,bom..., da..., de sua ilustríssima

 

 

ESCARPIM  : Ninguém sabe melhor que eu as penúrias que tenho passado! ; mas agora aqui estou e fá-me-ei amo e senhor deste hemisfério e pintá-lo-ei tudo de negro. Não se trata de uma vitória senão mais bem de uma submissão em torno de uma sensação de escuridão. Pensar-ão duas vezes os instigadores..., para que assim não de pé a nenhuma revolta. Tudo pelo medo. Medo ao acordar e vê-lo de novo todo escuro. De fato, isto se fez assim sempre na história da humanidade e demais seres viventes. Será a definitiva submissão de mortais!

 

CORAX: Mesmo assim, e se permite-me, devemos de ter cuidado...

 

ESCARPIM : Descuida!, eu não sou nenhum néscio nem nem presumo de sê-lo. Não baixarei o listão das devidas considerações das armadas disposições. Terei um exército numeroso em quantidade e invencível, pois imaginar-vos..., tudo de preto! Não terão nem ideia de por onde vai sair a espada...

 

CASTORIUX: Desde logo que é uma ideia brilhante

 

ESCARPIM : Já!, claro!..., brilhante!..., mas... que ocorrências!, em tal caso será siniestro seu ato e seu sacrifício vossa gratificação. Bem, Castoriux!..., vejo que já estás agora totalmente integrado em nossa sociedade. Fala se queres, que eu permito falar, para que depois não se diga, até permito que se me interrompa.

 

CASTORIUX: Ao princípio foi dura a hospitalidade com a que fui recebido por vosso chefe militar Corax aqui presente. Cem chicotadas nada mais e nada menos! Cria já me morrer!, e veio depois que onde foi e de modo que atirado sobre meu caminho um manto sombrio henchido de corvas e corvos, hienas, chacales e serpentes de cascabel. Vendo-me já com pé e médio no mundo dos difuntos, esperando a que essas monstruosas criaturas me devorassem, e quando já não ficava esperança alguma foi que apareceram ante mim como eunucos, odaliscas e concubinas que saíam dessas e esses bichos, e que ao princípio parecer que brotassem da pérfida imaginação humana que retorce o alma no abraço das bestas. Assearam-me e cuidaram-me durante três dias de prazer enquanto liam-me um livro que parecia sair do firmamento mais limpo e claro e...

 

ESCARPIM : Bem!, já é suficiente. E assim te convertes-te num castor guerreiro que nunca abandonará a seu amo, resumindo. Mas, Que é melhor dizer que converter se não?..., acaso seja um processo de assimilação natural talvez e nada menos, uma devoção a minha pessoa...

 

CORAX: A mim já parecia-me que o da dentadura tão afiada que possuía e de fato possui era isso um sinal de devoção.

 

ESCARPIM : Não te confundas!, as palavras são ambiguas, tanto valem para construir como para jogar terra abaixo o construído com esforço e mérito requerido. Falando claro e sem ambages... ¡aqui a única devoção é a minha para comigo mesmo! O demais será sumisão a minha pessoa..., de facto vocês já não tendes escapatoria. Estais rendidos a meus pés. Ajoelhados ante mim estais e assim sempre permanecereis quando faleis comigo!, pois já bastante sorte tendes com que vos deixe falar e até o fato de vos deixar que me interrompais. Mas dize-me, Castoriux, é tão divertido Causto Lígito como dizem?

 

CASTORIUX: Pois verá, seu ilustríssima, a mim não me parece, ainda que eu dessas coisas e modernidades do corte real não entendo.

 

ESCARPIM : Bem!, vejo que levas adosado ao pescoço aquilo que te pedi que trouxesses do castelo do rei. Dêem-me o pergamino!

 

CASTORIUX (Aparte): Que medo!, achava que perdesse-o, e é que... não me lembrava que o levava pendurando do pescoço.

 

ESCARPIM  (Grita): A que esperas? Maldito sejas!

 

CASTORIUX: (Tremendo-lhe as mãos): Ah!, os poemas..., sim!...  como..., não!..., sua ilus..., ilustrísima...

 

ESCARPIM  : Bem, vejamos!, primeiro lerei eu para meu mesmo...e depois...,se tal o recitamos...a ver...,um destes qualquer...,a ver...por aqui abaixo...,por onde se começam a construir os castelos...

 

CASTORIUX: Eu não sei ler e menos para meu mesmo...

 

ESCARPIM : Pois bem te pôde ensinar esse rei tão vaidoso

 

CASTORIUX: A verdade é que eu era novo ali. Mas pudesse ter aprendido se por ali seguisse, ainda bem que estou aqui e já sou um castor. É um rei que ensina a ler o rei de Fontipanerika, Causto Lígito, para mais senhas.

 

ESCARPIM : (Lendo para sim mesmo)

 

“Este ramo de rosas

Já o deixo...,

Não veio às recolher,

…aparto-o nesta orla

A ver se vem duma vez...

 

ESCARPIM  : (Partindo-se o alma de riso) :Ja, ja, ja ...ja, ja ,ja...ja, ja, ja...¡hui!....ja, ja, ja..¡e é que não posso mais!...ji, ji, ji...,ji ,ji, ji...

 

..Antes de que se murchem,

E eu enquanto

Ficarei nesta

Castelo a ver se  aclara-se-me

Minha lírica avariada...”

 

ESCARPIM : (Contínua partindo-se o alma de riso com a mesma cadéncia): Ja, ja, ja...ja, ja, ja...ja, ja, ja... ¡hui!....ja, ja, ja... ¡e é que não posso mais!...ji, ji, ji..., ji, ji, ji...

 

CORAX: Vai dar-lhe a seu ilustrísima algo!

 

ESCARPIM : Eh?, como... alguém me vai dar algo?..., um presente?... que vinga em seguida!...eu gosto muito dos regalinhos que a mim me são presenteados.

 

CORAX: Pelos risos refiro-me... seu ilustríssima, mas... já  é água passada..., vejo que tem recobrado o real e devido conhecimento que requere-se

 

ESCARPIM : Água passada?

 

CORAX: A dos moinhos, sua ilustríssima..., a dos moinhos

 

ESCARPIM : Ah!...já entendo..., está bem!..., não te preocupes..., isto...., quero dizer...não te creias mais listo que eu. Estava com a mente nestas coisas da poesia. Pois deves saber que eu fui um grande poeta. Estes versos de Causto são um autêntico lixo!.

 

CORAX: Se você o diz!, sua excelência...

 

ESCARPIM : Mas..., disto já faz muitos anos. Tenho em meu baú das lembranças da adolescéncia algum que outro poema

 

CORAX: Pois vá!

 

ESCARPIM : Pois vá?.... e que quer dizer esse...?, pois vá!

 

CORAX: Oh!, nada sua excelência..., que tudo vai bem.

 

ESCARPIM : Em fim, assim espero...mas... que ocorre?

 

 

(Golpes na porta. Três socos. Soa um chocalho por resposta. Entra um mordomo)

 

 

MORDOMO: Sua excelência!, sua filha já tem chegado do marquesado. Diz se pode entrar

 

ESCARPIM : Minha filha!, mas...se tem chegado antes de tempo

 

 

(Usurbina, a filha de Escarpim, conde de Panerikafonti pega-se e entra na sala das pombas)

 

 

USURBINA: Olá

 

ESCARPIM : Mas..., filha minha!...como te pegas assim...oh!...é que já não há respeito

 

 USURBINA: Eu também gosto de vir ao pombal como a ti. Mas, quem é este homem com dentadura tão afiada e sedutora?

 

ESCARPIM : Como?, mas...tu que dizes...filha minha..., eu a ti  quero-te..., isto são coisas de política!

 

USURBINA: Pois deve representar a uma política muito sensual

 

CASTORIUX: (Feliz como uma rosa): Oh, bela dama!...., é toda uma honra para mim...

 

ESCARPIM  (Gritando): É que vos voltastes aqui todos loucos?

 

USURBINA: O que parece enlouquecer és tu

 

ESCARPIM (Gritando): Como te atreves a engatar com este Castor?

 

USURBINA: Castor?

 

ESCARPIM : Isto!..., Castoriux, quero dizer..., minha filhinha

 

CASTORIUX (Sorrinte): Esse sou eu!

 

ESCARPIM  (Aparte): Ainda bem que não se deu conta de que em realidade é um castor.

 

USURBINA: A vida ali no marquesado é aborrecida

 

ESCARPÍN: É a primeira vez que estiveste ali..., acostumar-te-ás

 

USURBINA : Já o acho que não. Palantrix não era o que eu cria, gozamos os dois mas nada mais

 

ESCARPÍN (Gritando):  Descarada!... Como te atreves?, outro pai e crucifica-te, ¡Sai de aqui imediatamente!

 

 

USURBINA: Está bem!, ir-me-ei, que uma filha tem que ter respeito por seu pai, mas se as coisas seguem assim ir-me-ei...

 

ESCARPÍN (Gritando): Já falaremos!

 

 

(Sai Usurbina)

 

 

ESCARPIM  :  Bem!,perdoem-a...,teve uma...,má noite seguramente, mas...bom...em fim...preciso acalmar-me

 

CASTORIUX (Sorrinte): Uma filha muito guapa tem você, ilustrissima

 

ESCARPIM  (Gritando e cuspindo a Castoriux): Cala-te!

 

CASTORIUX: Sim..., sua ilustríssima

 

 

ESCARPIM : Não sê eu se estás tu do todo domesticado...em fim. Pelo que estávamos aqui. De modo que Causto Lígito suspira por uma tal Mougadiviche da que diz que é rainha do país das sereias. Isso me é conhecido, porque de fato eu conhecim a uma Mougadiviche que às vezes dizia essas coisas, mas a vocês não tenho que dizer nada mais disso. Põe-se isto interessante ao mesmo tempo que confuso e perigoso. Tenho que pensar bem as coisas dantes de atuar

 

 

ATO II

CENA VI

 

 

 

(Castelo de Causto Lígito, rei de Fontipanerika. Aposentos de Youilovina, sobrinha do rei. Estão Causto Lígito e Youilovina)

 

 

CAUSTO LÍGITO: Bem Youilovina, nada mais por hoje. É um prazer estar contigo aqui jogando ao xadrez e lendo versos mas agora devo retirar-me a meus aposentos

 

YOUILOVINA: Entendo, está a ponto de escurecer e tu és muito estrito nestas coisas. Deves esquecer-te desses sonhos, deves esquecer-te de Mougadiviche, que pelo demais nem sequer se sabe bem se ela existe ou não.

 

CAUSTO LÍGITO: A gente quando algo não quer ver em seguida pensa que não existe, e mais nestes tempos em que se faz extremamente complexo saber qual é o limite...,em fim  Eu acho que há mais terra da que conhecemos...; talvez tivesse sido melhor se fizesse-me navegante, mas agora é demasiado tarde e sou rei por direito ,ainda que espero cedo deixar de ser de tal condição.

 

YOUILOVINA: A gente queixa-se a cada vez mais destas coisas, de que dizes constantemente que deixarás de ser rei para salvar ao mundo enquanto nada muda para elas e eles

 

CAUSTO LÍGITO: Um rei não deve de parar nessas questões e seguir sua folha de rota.

 

CAUSTO LÍGITO: Mas cara Youilovina, os sonhos não são uma coisa de esquecer ou não, de fato vêm ou não vêm..., e já está...

 

YOUILOVINA: Deves esquecer-te dela

 

CAUSTO LÍGITO: Isso é impossível!, tenho a intuição de que pouco falta para que me diga onde está e então deverei ir onde ela. De fato tenho alguma pista, é rainha do pais das sereias

 

YOUILOVINA: Pouco falta já para ir à montanha de Fromtiksom. Esse clima, o ar puro e a natureza em todo seu esplendor ajudar-te-ão

 

CAUSTO LÍGITO: CAUSTO LÍGITO: Está bem!, aceitá-lo-ei com resignação

 

YOUILOVINA: Não o deves aceitar com resignação senão com ilusão.

 

CAUSTO LÍGITO: O certo é que no que dizes não deixa de ter razão. Acho que humanos e humanas às vezes tomamos-nos as coisas como se fossem inevitáveis e não com  ilusão, como ti dizes. Suponho que terá que deixar-se fazer.

 

YOUILOVINA: Supões bem

 

CAUSTO LÍGITO: Bem!

 

YOUILOVINA: Seja assim, pois bem

 

CAUSTO LÍGITO: Bem..., isto..., o dito, retiro-me a descansar

 

YOUILOVINA: Que descanses bem!

 

CAUSTO LÍGITO: Dá-me um beijo, sobrinha minha!

 

(Beijam-se. Sai Causto Lígito)

 

 

YOUILOVINA: Bom, e agora que estou sozinha começarei a escrever a carta e lê-la-ei em voz alta ao mesmo tempo em que fiquem impressas as letras no papiro

 

 

(Youilovina  apanha  a pena de faisão entre seus dedos e em voz alçada ao mesmo tempo escreve)

 

“Às vezes somos demasiado crueis as pessoas sem dar-nos conta, mas crê-me se digo-te que meu tio, o rei de Fontipanerika é bom. O que ocorre é que a honra das justas tradições avança muito devagar, porque assim está escrito nas estrelas que vivem tão longe como no princípio de nossos tempos, e por enquanto desde o começo em que essas tradições cobraram fundamento. Uma camisa nova pela cada dia novo de sacrifício de um rei por trazer de novo um novo espaço no que poder viver todas e todos em união. Quando isto se consiga chegará a hora de queimar todas as camisas e velhas tradições, mas por enquanto não nos fica mais remédio que...

 

(Gritando Youilovina)

 

 

YOUILOVINA:... ¡Vá!..., ¡Maldita seja!...

 

 

(Toca a flauta traveseira Youilovina. Entra Romulim)

 

 

ROMULIM: Que deseja agora a bela dama que dá vida e fundamento ao declinar do dia com sua presença e outro tanto quando o sol sai pela manhã?

 

 

YOUILOVINA: Bravo, caro Romulin!, bastante acertado, vejo que vais aprendendo. Assim gosto! A cada dia há que dizer algo novo e que seja belo e novo ao mesmo tempo. Mas agora..., acabou-se a tinta!, traz-me mais tinta de carvão, faz favor...

 

ROMULIM: Agora mesmo!..., Ninfa do amor!

 

 

(Sai Romulim)

 

 

YOUILOVINA (Aparte): Desde que com meu tio chegou a cultura a este castelo até  guardas reais são poéticos.

 

 

(Entra Romulim)

 

 

ROMULIM: Aqui tem, señorita Yuoilovina..., ¡a tinta!

 

YOUILOVINA (apanhando a tinta): ¡Obrigado!

 

 

(O frasco de tinta cai ao solo e quebra)

 

 

YOUILOVINA: Oh!..Que horror!... que fatalidade!

 

ROMULIM: A tinta!

 

YOUILOVINA (Chorando): Não pode ser!, por que tem tido que suceder precisamente agora esta fatalidade? ...um mau augúrio..., achéga-se uma catástrofe!

 

ROMULIM: Corre a tinta pelo solo!

 

YOUILOVINA: Mandem que a limpem e...mas... espera!.Serás tu quem agora escrevas..., para que não caia em meu o malefício senão em ti...

 

ROMULIN: Mas... Eu não sei escrever!

 

YOUILOVINA: ¡Que não sabes escrever! Mas, ¿talvez não te apontaste aos cursos de aprendizagem que dá meu tio o rei?

 

ROMULIN: não sabia eu disso, a mim ninguém me avisou! Mas quem sim sabe é Remulino que esta aqui perto

 

 

YOUILOVINA: Que venha imediatamente!

 

 

(Sai Romulim. Assobia. Corre veloz Remulino. Entram os dois)

 

 

 

YOUILOVINA: Tu!, escreverás aqui o que eu te vou dizer! Por conseguinte, por onde ia, Romulim?

 

ROMULIM: Eu não o sei, cara jovem dama!..., verá você..., mas eu não estava aqui

 

 

YOUILOVINA: Bem!...pois... verdadeiro é!...em fim...deixem-me recordar... por onde era a coisa?... Ah!..., Bem!, certo é!...posso lê-lo,...a ver então sim! Por conseguinte...escreve, Remulino, escreve:

 

“Por enquanto  não nos fica mais remédio que seguir aceitando a cada uma de nós o que nos tocou viver. Desejo conhecer-te!. Desde o dia que se posou em meus pés um de teus poemas eu desejo te conhecer. Acabo de inteirar-me faz dois dias por médio dum dos guardas reais que meu tio foi a visitar-te a outra tarde e deduzo que sobre mim tratastes, pois anda nervoso porque acha que ti não és sincero nestas coisas do amor, e aqui todas e tudo opinam que essa lírica tem uma destinatária que é a de minha pessoa, e eu ao as ler não posso mas que...

 

REMULINO:  Faz favor, Youilovina...!

 

YOUILOVINA: Ocorre algo?

 

REMULINO: Não tão depressa...faz favor...

 

YOUILOVINA: E logo,  onde vais?

 

REMULINO: Onde Romulim

 

YOUILOVINA: Ainda!...isto assim é uma ladainhaa...e bem pensado é um pouco atrevido por minha parte que vocês saibam destas coisas..., Retirar-vos!, sairei daqui a pouco e que depois limpem a nódoa.

 

 

(Saem Romulim e Remulino)

 

 

YOUILOVINA: Bem!, seguirei como ia ao princípio, escrevendo e em voz alta para recordar o que escrevo: “..., e eu ao as ler não posso mas que... e perdoe-se a arrogância ou atrevimiento de pensar que assim é, pois me sento refletida nessas belas palavras que saem de teu interior. Pergunto-te abertamente. É isso verdadeiro?, devemos desconfiar das belas palavras?, saem também as rimas e romances com voz trémula mas ao mesmo tempo decidida no bom rumo de nossas inclinações do alma das pessoas de baixa catadura moral e de mesquinhas objeções? Eu acho que não, que isso é impossível, e que em tal caso o que pode ter são dúvidas, indecisiones e receios que podem levar às epidémicas doenças do desatino da razão ou dúvidas de amor. Aqui, desde onde agora escrevo, desde meus aposentos, saem velozes estas palavras porque  são ditadas ao abrigo da razão que ditam os rimos rápidos do bater de meu coração. Se estas palavras pudessem-te valer para não te sentir tão só...!

 

 

(Youilovina repousa a pena de faisão sobre a mesa escritório)

 

 

YOUILOVINA: Bem!, acho que com isto é suficiente...não há porquê num princípio se abrir mais, mas devo lhe dizer qual é minha intenção...

 

 

(Youilovina volta a apanhar  a pena de faisão entre seus dedos e continua em voz  alçada escrevendo)

 

 

YOUILOVINA: Darei ordem para que esta carta se deslize por embaixo da porta, e ao terceiro dia da ler espera a meia-noite, pois tenho de ir visitar-te. Sem mais palavras que acrescentar às presentes se despede alguém que quer dar uma oportunidade à amizade e o amor

                   Youilovina.

 

 

(Perto da estadia de Youilovina no pátio interior está Conciliabilis o embaixador que a espia)

 

 

CONCILIABILIS : Bem!, desde que disse-lhe que duvidava das boas intenções de seu tio o rei, Youilovina, nem digna-se a cumprimentar-me quando me vê, mas...já vejo a um deles no corredor ...,chamá-lo-ei!...

 

 

(Imita Concilia bilis assobiando o som dum caracol)

 

 

REMULIM: Mas... Que ouço eu?... que estranha coruja hae ali no pátio?..., achega-me-ei  a ver que ocorre...

 

(Entra Remulin no pátio interior)

 

 

CONCILIABILIS: Façam aqui ato de presença adiante de mim!

 

REMULIM: A coruja!

 

CONCILIABILIS: Não!..., o embaixador!

 

REMULIN: Oh...sua excelência o embaixador!

 

CONCILIABILIS: Em corpo e alma...

 

REMULIM: E assim o destino e Deus que lhe deparen muitos anos e alegrias

 

CONCILIABILIS: ¡Achéga-te!

 

REMULIM: Em isso já estou!

 

CONCILIABILIS: Mas..., dizer-me!..., que ordens vos dava Youilovina..., Que está tramando?

 

REMULIM: Isso eu não o posso dizer..., primeiro devo-me ao rei..., e depois a ela

 

CONCILIABILIS: Isso acho que tem fácil solução!

 

 

(Rodeia com o braço esquerdo a Remulim e com o direito saca um punhal)

 

 

REMULIM: Mas..., ¡não!..., deixe-me!... solte-me!

 

CONCILIABILIS: Confessa todo o que tenhas que dizer desta questão ou morre baixo o fio da fria folha desta daga que agora se posou em teu pescoço.

 

 

REMULIN: Mas... estais loucos?

 

CONCILIABILIS: Morre então!

 

REMULIM: Não!...dispõe-se a entregar-lhe uma carta em segredo ao passador de camisas

 

CONCILIABILIS: O que  imaginava-me!...pouca discreta é Youilovina em confiar tanto do silêncio dos demais, mas... Quando é que se vão ver?

 

REMULIM: Isso não o sei..., depois..., ao escrever a carta..., a tinta caiu-se...,  e é segredo que guarda a carta ou algo que não se sabe se produzir-se-á

 

 

(Conciliabilis o embaixador separa o braço do pescoço e baixa o punhal e o guarda)

 

 

CONCILIABILIS:Bem!..., suponho que será verdadeiro. Não digas nada a Youilovina deste encontro entre tu e eu e  informa-me de quando vai ser o encontro entre ela e ele. Se não fazes o que te estou a ordenar será pior para ti e para ela e  Olmo, pois nestes assuntos não dispõe da boa consideração do rei para tais inclinações. Eu sou homem e tenho verdadeiro poder. Retira-te!

 

 

 

                         ATO II

                     CENA VII

 

 

(Inmediações do Castelo do reino de Fontipanerika. Baixam pelo caminho que vai dar ao castelo do rei Causto Lígito Pípulo e Pópulo, pajes da rainha do país das sirenas

 

 

HALMAGETÃO: Confia  a rainha em vocês

 

PIPULO: E nós nela, em tais reciprocidades se baseia seu império, sendo máxima a liberdade e condição de seu reino do que não se tenham fixado fronteiras

 

POPULO: É por isso que ninguém conhece de nosso reino?

 

HALMAGETÃO: Bom, vereis!, não é exactamente assim a coisa, se conhece, mas por um livro que é anonimo

 

PIPULO: Sim!, já conhecemos desse livro. Se é que conosco fala também a rainha, não te creias, o que passa é que tu estás dois dias no castelo e noventa fora, o nosso é diferente, sempre para perto de ela

 

HALMAGETÃO: Em realidade todas as pessoas que vivemos para perto de ela somos eleitas e eleitos por ela e nos devemos a seus caprichos

 

PIPULO: Sim!, mas os caprichos da rainha sempre são amorosos...

 

HALMAGETÃO: Verdadeiro é. Por isso somos afortunados e afortunadas quem vivemos baixo seu mandato. Não  são só paixões carnais senão decencia

 

POPULO: Acabas de dizer, Halmagetão, que todas as pessoas que vivemos para perto de ela somos eleitas e eleitos por ela e nos devemos a seus caprichos. Isto é um pouco raro, pois tu és um alcão

 

HALMAGETÃO: Vereis...isso não é do todo correto..., a rainha imagina que eu sou um falcão e vocês como a amais..., voo assim eu como estandarte da liberdade, nada mais que isso

 

PIPULO: Suponho que será assim, porque o verdadeiro é que nós não te vemos as asas

ainda que sim víssemos-te voar

 

HALMAGETÃO: Já!, mas deves confiar em que as tenho, porque ela me ensinou a confiar nas e os demais, a entender o significado. Ela me ensinou a não duvidar de minha posição bondosa, ela me deu esperança, ela dá esperanças às e os demais com suas acções e palavras, ela é boa e a todos e todas o n quer-nos, ela é uma rosa sem necessidade de espinha, ela é uma menina com forma de mulher,  e todos de todos, porque assim é que todos os dias pensa em nós e nós

 

POPULO: Sem lugar a dúvida é uma boa mulher, ainda que às vezes a minha coste-me pensar porque eu sou só um pajem em seu reino e não uma estrela

 

HALMAGETÃO: Confundes-te amigo meu, Te confundes..., tu és uma estrela  mas em forma de pajem para servir a ela...

 

 

POPULO: Para valer?, pois..., carambas... que alegria me dás!

 

HALMAGETÃO: E assim servirás, como tu também Pípulo, às causas mais nobres. O reino do país das sereias está recobrir de uma fina capa de estrelas e dentro dessa capa hae mais estrelas que somos quem servimos a ela. Fácil de entender isto, pelo menos é o que eu assim creio

 

POPULO: A verdade, ainda que não o entenda creio entender algo sem te ter entendido bem, porque o verdadeiro é que eu nunca me considerei em seu reino um pajem qualquer senão algo bem mais formoso.

 

PIPULO (Girando sem parar ao redor de si mesmo sorrinte): Formosos e naturais que somos, vá se não!..., isso é..., vivaaa!

 

POPULO: Ali respira-se liberdade. Mas tu destas coisas, querido Halmagetão, podes falar com conhecimento de causa fazendo comparações e procurando as contrariedades ou semelhanças, pois tens a oportunidade de poder visitar outros reinos devido às missões encomendadas...

 

HALMAGETÃO: Como esta de agora!..., de modo que então..., não digais vocês que não sois afortunados, pois por fim pudestes sair tu e Pípulo do país das sirenas para estar aqui os dois.

 

PIPULO (Girando sem parar ao redor de si mesmo sorriente): Eu o digo e assim o manifesto girando sobre mim mesmo sem parar... vivaaaa!

 

HALMAGETÃO: Agora bem, o que vos posso dizer, ainda podendo dizer outras coisas ainda que esta é a que agora toca...

 

PIPULO (Girando sem parar ao redor de si mesmo sorrinte): Que me toque a mim também com o roce de sua pele!

 

POPULO: Mas, Que dizes Pípulo? Voltaste-te louco?, que te ocorre?

 

HALMAGETÃO: Deixa-o!, não deverias te estranhar, sabes que é muito sensível às mudanças de temperatura e espaciais. Está feliz por ter viajado, ainda que a verdade, não sê porque tem tantas vontades de sair do país das sereias, é o melhor lugar dos que existem na terra, ainda que o entenda porque é bonit isto de curiosear na vida dos e as demais e em seus costumes ancestrais. Mas...,olhem para lá!, naquela alta colina..., essa mole de pedra que se levanta vertical para o céu é um castelo...; o castelo do rei de Fontipanerika!.

 

POPULO: Para um pouco...,amigo...,que te vais a marear.

 

HALMAGETÃO: Deixa-o que se maree se quer se com isso é feliz. Tudo isto é novo para vocês...mas,...isto..., .bem pensado..., pára-te! Vamos pensar em como vamos fazer

 

POPULO: Pensemos!

 

PIPULO (Sentado numa rocha, cotovelos em joelhos e mãos na témpora): Isso, pensemos!

 

HALMAGETÃO: Temos uma carta a favor. Segundo Mougadiviche Causto Lígito já está convenientemente influenciado para se deixar vir conosco até o reino do país das sereias, e como essa é nossa missão devemos assim proceder .Iremos com total franqueza e anunciar-nos-emos como mensageiros de nosso reino.

 

 

POPULO: ¿Qual é esse tipo de influência?

 

HALMAGETÃO: Coisas de telepatia ao que parece. Ela assim o diz que falava com ele desde a distância com o pensamento

 

PIPULO: Que coisa mais interessante isso da telepatia!..., eu quero também...

 

HALMAGETÃO: Isso amigo, requer aprendizagem e boas conexões..., segundo parece ser...

 

PIPULO: Instruir-me-ei!; quererei saber!

 

 

(Castello do rei de Fontipanerika Causto Lígito. Estão Youilovina, sobrinha do rei, Priscila, Vigilanta maior do reino de Fontipanerika, Críspulo, lugarteniente 1º de vigilanta maior do reino de Fontipanerika , Tirreno, Lugarteniente 2º de vigilanta maior do reino de Fontipanerika  o coro de garças e papagaios animadoras e animadores lúdicos do reino de Fontipanerika).

 

 

CAUSTO LÍGITO: Bom, minha querida sobrinha, tem chegado o momento. O carruajem real e seu escolta estão preparados, devo marchar. Deixo o castelo em mãos tuas, ainda que seguirei exercendo como rei lá nas montanhas de Fromtiksom. Faz favor..., coro de garças e papagaios contem-me uma história que seja sensual e romântica ao mesmo tempo

 

CORO DE GARÇAS E PAPAGAIOS (Cantam ao unísono com voz elevada ao céu transparente)

 

“Um dia em que uma rana se converteu em sapo, ou melhor dito, em que um sapo se converteu em príncipe de trapo já faz tempo desse traspiés; pois ¿que íeis crer?, Que eu em forma de sapo me ia cobrir de glória porque me besaran?,jamais!, que outras vozes dulcificaran com sua brisa sensual de flor enrolada em casulo de seda labial, e a mim me dissessem se talvez um pouco em piad ainda que fosse para isso sim pudesse ser…,e então…, eu com meus braços rodearia devagar à dama sem igual e lhe beijaria sua pele acalando o brote de folhas amargas que lindan com as outras formosas reboçadas de mel”.

 

 

CAUSTO LÍGITO: Oh!...,Bem!...,sempre à altura. Ali na montanha dedicarei mais tempo à música e a escritura. Voltarei em quinze dias. Desde ali também governarei. Confio em ti o castelo, minha sobrinha, recorda que não te deves de fiar de ninguém. Os altos oficiais que deixo aqui são fiéis à coroa, mas tem cuidado com a oficialidad do amor e as paixões. Não sê se faço bem te deixando a ti...

 

YOUILOVINA : Quem não sê se faz bem sou eu em não ir contigo, mas alguém da família deve ficar aqui, e como só vivemos tu e eu...,pois isso, eu aqui fico.

 

CAUSTO LÍGITO: Nem ocorra-se-te achegar-te a esse passador de camisas. É perigoso.

 

YOUILOVINA : Descuida!

 

CONCILIABILIS : Ela professa amor para minha pessoa e eu à dela, como bem sabeis...Sua majestade!

 

YOUILOVINA  (Aparte): Aqui calar-me-ei e fingirei, não vá ser que este comece a falar de que estou envolvida com Olmo ou qualquer classe de vingativa condição por culpa dos cíumes

 

CAUSTO LÍGITO: Em fim!, eu já não sei de quem me fiar...talvez...,mas hae coisas que são difíceis de controlar quando se fala do amor, e mais quando se trata de uma pessoa tão querida para mim, minha querida sobrinha Youilovina que é como minha filha. Em fim...Priscila, estás preparada?, tu virás comigo para ser meu braço direito em Fromtiks.

Críspulo e Tirreno, teus lugartenientes voarão para o norte...

 

PRISCILA: Sempre a suas ordens...,sua majestade!

 

(Saem todos do castelo. No carruagem real entram o Rei, Priscila e dois de guarda-a real)

 

YOUILOVINA (Chorando) ¡Meu caro tio!..., já sei que só são quinze dias..., mas eu a ti to devo tudo... ¡cuida-te!

 

CAUSTO LÍGITO: Cara sobrinha...,não deves dramatizar tanto...Dá-me um beijo)

 

(A sobrinha beija ao tio, o tio besa à sobrinha e parte o carruagem, lenços brancos de despedida por todos os lados desde o fosso, torres e almenas também)

 

CAUSTO LÍGITO: Adeus!...

 

YOUILOVINA: Adeus!...

 

(Halmagetão, Pipulo e Pópulo vão pelo caminnho para o castelo)

 

HALMAGETÓN: O dito, recordem que em qualquer momento nos vão dar o alto De fato é raro que não o fizessem já. Parece um castelo atípico este. Quando nos parem deveis ser naturais e dizer que vimos do país das sirenas para ver ao rei.

 

PIPULO: Isso é...a verdade, que a minha me está a gostar muito este reino, tem árvores muito bonitas também que...

 

HALMAGETÓN: Silêncio!...ouço calcadas

 

POPULO: Mais que calcadas..., diria eu...

 

PIPULO: Carruagens..., sem dúvida,...uma caravana de carroças

 

 

HALMAGETÓN: Escondamos por trás destas macieiras!..., têm que pertencer à guarda real

 

 

(Dentro do carruagem real)

 

 

CAUSTO LÍGITO: Priscila, eu sei bem que ti  me és leal. De modo que já sabemos que Castoriux me traiu...

 

PRISCILA: Assim é, sua cara majestade. Os oficiais a quem mandaste seguir a pista dizem que até o deserto chegou sequestrado, e que tinha ali todo um exército, depois perderam o rastro porque tiveram que escapar pois foram descobertos e caíram numa emboscada. Poucos sobreviveram mas assim o fizeram saber.

 

CAUSTO LÍGITO: Escarpim está a formar todo um exército siniestro!,dizem que tem poderes especiais Escarpim. Deverei dar o sinal de ataque enquanto cheire o aroma da aurora das montanhas de Fromtiksom...

 

(Por trás das macieiras)

 

 

 HALMAGETÃO: Aí estão!, sem dúvida alguma. Paremos a trajectória da caravana. ¡O terceiro é o carruagem real!

 

(Saindo do esconderijo)

 

 

PIPULO: Alto aí!, em nome da rainha do país das sereias

 

POPULO: Alto aí!, em nome dela

 

HALMAGETÃO: Vimos em missão de paz!

 

(Assoma o rei a cabeça desde o carruagem real. Grita)

 

 

CAUSTO LÍGITO: Que demónios passa?, pode-se saber porquê parais-vos?

 

GUARDA REAL (Desenvainando a espada): Em nome do rei. Dar-vos por mortos!

 

DEZ GUARDAS REAIS (Desenvainando a espada): Em nome do rei. Dar-vos por mortos!

 

HALMAGETÃO:  (Gritando): Não!..., Alto!..., vimos em são de paz. Em nome da rainha Mougadiviche

 

CAUSTO LÍGITO: ¿Como, Mougasdiviche dizeis? Achéga-te ti, o que parece o chefe.

 

HALMAGETÃO:  (Achergando-se): Missão de paz!..., Mougadiviche...

 

CAUSTO LÍGITO: Será isso verdadeiro?..., Oh!..., Não pode ser!..., ¡tanto tempo esperando este momento! Mas..., não pode ser..., preciso um sinal para crer-vos

 

 

PRISCILA: Mas... sua majestade!..., são uns bandoleiros!..., mas..., ainda que assim fosse..., não deve você se deixar levar por tão estranho amor que só trarão desgraça a este império...

 

CAUSTO LÍGITO: Se é verdadeiro isto, chega o momento em que o império deixará de ser império e será um lago do amor..., recobrarei minha verdadeira identidade escondida pela falta de amor. Mas..., dize-me!...ou melhor...tu...,dêem-me um sinal para que possa assim te crer!.

 

HALMAGETÓN: Se permite-me sua majestade, se permite-me atirar este papiro que levo enroscado ao pescoço

 

CAUSTO LÍGITO: Seja!..., Não!... espera!...tu, guarda...apanha-o e traz-mo, lê-lo-ei em voz alta e de minha própria voz.

 

GUARDA REAL (Entregando o pergaminho): Aqui tem, sua majestade!

 

CAUSTO LÍGITO: Não!, melhor lê-o tu

 

GUARDA REAL: Eu não...sei...ler

 

CAUSTO LÍGITO: Mas como... tu não te apresentaste talvez às classes que dou eu para aprender a escrever?

 

GUARDA REAL: É..., que não..., inteirei-me

 

GUARDA REAL: Em fim. Outro!, que vinga outro que sim saiba...

 

OUTRO GUARDA REAL: Aqui!, presente...

 

CAUSTO LÍGITO: Leiam pois! A que esperais? Este pode ser um momento que faça mudar a história e tua serás a voz anunciadora...

 

GUARDA REAL (Lendo): Mougadiviche sou, a grande rainha de teu coração e  ilusões, a estrela que te guia quando mais triste estás, luceIro de tuas noites abatidas que fazem que algo dentro ti te diga que vale a pena viver uma nova vida. Algum dia encontrarás meu reino, ali onde vivo, no País das Sereias.

 

CAUSTO LÍGITO: Mas...se,..., estarei a sonhar estando acordado?..., mas se são as palavras que se repetem em meus sonhos! Oh!, ¡que alegria!,¡que imenso prazer...após tanto tempo...Sem dúvida, não me enganais.Rápido!, levem-me até ela!

 

PRISCILA: Mas...,voltou-se você louco?.Não pode ser você tão ingénuo!... perdoe por estas palavras..., sua majestade...mas...

 

 

CAUSTO LÍGITO: Quem não queira vir que não vinga. É mais, não preciso tanta guarda real para onde vou...

 

 

PRISCILA: Não é isso!...,em fim...eu e alguns mais acompanhar-lhe-emos. Vocês sete, venham!. Os demais voltem ao castelo para dar a notícia...,esta é uma loucura própria d

propia de reis, una rainha jamais faria estas cosas

 

 
CAUSTO LÍGITO: Una rainha é a que chama, e dum formoso pais, o pais das sereias.

 

 

                                                       FIM

 
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