lunes, 28 de octubre de 2013

AVENTURAS MITOLOGICAS CLANDESTINAS. CAPÍTULO I : AS VERDADEIRAS RAIZES DE PRUSIMEA A CERVA E O BURRO NICAFOR.





CAPÍTULO I  AS VERDADEIRAS RAIZES DE PRUSIMEA A CERVA E O BURRO NICAFOR

 

 

- Quando veja no fundo do mar resplandecer dele a luz de meu amor, significará que achei outra dimensão...; e sentir-me-ei tão bem que se descuido-me virão a por mim.

É a hora de tomar já a decisão se assim fosse...; esse brilho que sai depois que semeie os campos de encontro com as gentes de diferente condição para quem habite ainda no mundo antigo. Fingirei em terra dormir e gozarei de meus sonhos, ao mesmo tempo que novas ilusões trarei grávidas de futuro alimento. Mas..., olha Jonás!, achegámos-nos já à ilha. Aqui deveremos habitar até o final de nossos dias. E foi então que do céu desprenderam-se raios de fogo dos que penduravam pequenos filamentos de ouro e cobre... ¡Bem!, o certo é que agora era atrás que deixavam a cidade das Bestas Sagradas. Raios de fogo dos que penduravam pequenos filamentos de ouro e cobre que ao bater com o mar afondavam-se. Jonás e Hemérito VI tinham uma missão que cumprir. Saindo do fundo marinho emergentes peixes cegos que agora procuravam a luz como os girassois da terra, levados pelo encanto enrolador do pó que se desprendia dos filamentos de luz já mencionados. Jonás e Hemérito VI tinham sido enviados àquela ilha. Fazes de luz do fogo vital acorbeado e dourado que se desprendiam-se em queda veloz desde o céu, e é que assim e que uma vez anegados eles, cobra um novo sentido seu veloz diamantino ao bater no água e imergir.

Por conseguinte,  eram Jonás e Hemérito VI que estavam no mar, numa pequena barca e  perto duma ilha à que parece que têm sido incumbidos desde a cidade das Bestas Sagradas em alguma estranha missão, e rodeados de peixes que saltavam por todas partes. É agora momento de retroceder na história que enlaça com esta aventura para assim um pouco melhor e desde as raízes, ir descobrindo os acontecimentos que depois vai e provoca. No momento do último ciclone que assolou os fértiles vales das aldeias confinantes à antiga cidade amuralhada de Vistrikam, bem como a este epicentro fortificado, cidade hoje chamada das Bestas Sagradas, ocorreu que fruto desse vento encolerizado desaparecessem todos os homens que lutavam na batalha que confrontava em tal cidade a dois clãs diferentes; e diz-se que seus espíritos aninham em três ilhas que se acham mar adentro, relativamente para perto de a cidade, ilhas pelo demais que acordam na memoria dos e das vizinhas do lugar da pequena república de Gotagma, onde se encontra a cidade, um temor e assombro mistura de devoção do que dá boa conta que seja para elas e eles um lugar sagrado ao que só podem ir as e os mortos.

 

Mas falando um pouco das raízes destes dois clãs dizer que o clã mais setentrional da cidade adora à Cerva Pruseima, uma cérvida, segundo conta a lenda que converteu-se em mulher após ter sido abatida em outra batalha, a que livra contra a espécie humana que a devora. Assim era a questão, assim dizem as gentes, assim conta a lenda e assim narro eu que faz disto um par de séculos apareceu-se- lhes aos dois valentes guerreiros do agora clã de “Prusimea  a Cerva”  nas planícies ao norte de Vistrikam, em Vendrelielka,  uma bela donzela quando foram a apanhar a peça abatida da jovem cérvida. Era assim a coisa..., a figura duma mulher em dourado cotehardie!, com suas típicas mangas com plisados. Conta-se que o que ocorreu foi que a mulher  apareceu-se-lhes de pé e com duas setas coladas a seu corpo, era ela a presa e não a cerva. As mangas da bela donzela eram tão alongadas que quase chegavam-he até o solo, acomodadas num tudo. Agora os dois diminutos homens choravam desconsolados. Os plisados das mangas desde os cotovelos. A saia do conjunto era de largo voo, e outros plisados que baixavam em vertical como desde o céu, enquanta abria-se em sua parte inferior, já que era muito longa a saia, pois era esta saia, era esta saia, era que si que tocava solo e mais...; qual como se fosse uma flor, em verdade que sim!, como rendida no amor de primavera, e parecere que fosse como uma espera que procurava esse espaço aberto no que repousa a consciência no tempo que precede após o entendimento, um ónus ou uma aparência que leva-se arrastando sem nenhuma vergonha, como uma saia de alto voo, ou tão só como uma tendência dum banal desprendimento. A jovem donzela que levava seu nome tatuado no pescoço morreu, e os dois guerreiros, contrariados, estiveram um dia inteiro chorando de dor, e rezando por ela, até que decidiram que o melhor era a enterrar e se tirar a vida por tal crime, um crime tão monstruoso como o que tinham cometido, pelo que sem poder aguentar mais os remordimientos  meteram o braço no covil dumas serpentes de duizo e aí acabaram-se suas vidas. E conta a lenda que passados dois dias ressuscitou a mulher de nome Pruseima e que assim o viram  duas camponesas da vila de Pantoimenka, que vinham de volta das planícies de Vendrelielka, em Vistrikam, hoje a cidade das Bestas Sagradas, e que ao inclinar-se cheias de assombro e ir tocar a ela, à ressuscitada, pois que resulta que  converteu-se numa cerva, mas era desta vez uma cérvida de aspeto enorme, como o tamanho dum elefante. As duas mulheres, camponesas mas ao mesmo tempo elegantes,  presas do assombro e estupefação ficaram fixas no lugar onde estavam, como se fossem ali a jogar raízes. A cerva enfiava o pé da montanha de Ismatumba, na pequena república de Gotagma, e fazia-o pela ladeira do Norte, a conhecida como “Ladeira Encantada”. Nunca voltou-se a ver à cerva, à que depois convertera-se em deusa Pruseima, embora muitos são os episódios que contam-se dessa montanha, dessa ladeira, e da beneficencia que nela encontraram muitas almas, e da tragédia de muitas outras, todo enbrulhado em circunstâncias espantosas, tanto para as engraçadas como para as vilipendiadas. A partir destes acontecimentos, o clã do septentrión da cidade amuralhada de Vistrikam passou a chamar-se de “Prusimea a Cerva” e constitui-se pela primeira vez, para valer, num clã em todos os sentidos, pois até esses momentos  faltava-lhes alguma crença verdadeiramente assombrosa que unisse-lhes, ou mais bem o dizer também e de comentar da resolução de conflitos internos entre as pessoas de vizinhança.

 

Jonás pertence a este clã, o de ”O Burro Nicafor”, e o cacique Hemérito VI ao clã de ”O Burro Nicafor”, situados ao sul da cidade de Vistrikam, hoje conhecida como a de As Bestas Sagradas. Bem, é necessário então dizer de onde prove este nome. Já pelo nome quase sobra dizer que se antes falávamos de cervas agora toca fazer de burros. Era Nicafor um vendedor ambulante dos caminhos  que encontrava-se na pequena vila de Matrinavia, ao sul de Vistrikam, a hoje conhecida como cidade das  Bestas Sagradas, quando uns cuatreros do caminho deram-lhe tal tareia que deixaram ao pobre de Nicafor médio morto, e o burro começou a zurrar de tal forma que os abactores escaparam com a mercadoria deixando a Nicafor tombado no solo nessas penosas condições. Acháva-se longe de povoado algum, mas a persistência do burro em seus zurros fez que cumprisse-se o milagre e viessem aldeãos e aldeãs que viviam numa cabanha a umas quase duas léguas de onde achava-se Nicafor, assustadas e assustados pelos terríveis zurros de desespero que emitia o burro, e assim foi que após três angustiosos dias atirado entre uns matagais foi resgatado o vendedor ambulante Nicafor. Esta história correu como a pólvora entre as pessoas que por ali habitavam, com o que Nicafor fez muitas e muitos amigos, suas vendas cresceram e agora vivia melhor, mas passaram dois anos e o burro morreu duma estranha doença, e Nicafor, uma tarde de inverno, preso de dor e adiante duma pequena multidão, no mercado dos domingos de Matrinavia e apoiado num cruzeiro, e no meio dum soliloquio que interpretava desde voz mortuoria, atirou uma faca de carniceiro de grandes dimensões e fatiu-se o pescoço pedindo glória e amor eterno para com o alma do seu bur Nicafor. O caso acordou tal inclinação do ser humano pela veneração para o burro e Nicafor, que desde esses momentos os burros são sagrados lá, e suas gentes  uniram-se no clã ”O Burro Nicafor”.

 

Estas são as duas histórias destes dois clãs, o de “Prusimea  a Cerva”  e o do ” Burro Nicafor”.  Mas o culto às divinidades de diferente procedência animal na pequena republica de Gotagma já tinha começado em outras aldeias e núcleos dispersos de população, ainda que a importância destes dois clãs e a presença nesta história de Jonás e Hemérito VI fazem bem o  ter-se parado nestas questões. O caso é que voltamos agora ao momento do ciclone, no que a terra, ou mais bem o vento levou-se às guerreiras e guerreiros dos dois clãs. Formou-se um comité de estudiosos do tema e determinou-se que a explicação tinha que estar em três ilhas desertas que assim encontravam-se, mar adentro, pelo temor que elas causavam, e elegeu-se a Jonás e Hemérito VI para que fossem eles dois os eleitos para ir na primeira rota de reconhecimento até estas três singulares ilhas

 

 
 
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