jueves, 29 de mayo de 2014

Colar um búzio na abertura da orelha



Situa-se a acção num depósito de sedimentos de areia e grava fazendo praia. Situa-se a acção na orla do mar da praia. Zona de terra fronteira com o mar. Agora um pedaço dessa terra úmida colonizada por Rufina, Pukaminas,Bizaria, Iayuja, Giliarenfa e Saurvinha.

-É gozoso teu  ver! - Sorri Bizaria - Esse mel que te baixa desde os poros mais altivos de tua pele –Sorri Bizaria enquanto olha a Pukaminas.Embora..., o certo também é que tens ares de minhoca  porque  sempre te arrastas onde Iayuja

 -O fato de que me chames minhoca –fala Pukaminas- não sendo assim a coisa te desqualifica. Júri popular!-grita cheia de ira Pukaminas-

-Um jurí popular por tão pouca coisa!-responde com gesto irónico e exagerado Bizaria.

-Tão pouca coisa sou para ti ?

 -Como uma formiga!

-Então...., não é pouca coisa..., senão uma formiga...

-O mesmo que a minhoca!

-Já, claro,que mais dá!

-Mais ou menos!

-Entendés-te-me muito bem! Da-me um beijo!

Dá-lhe um beijo a Bizaria e outro ao ar Pukaminas. Retém-o entre seus dedos e com um pequeno pedaço de sedal que leva na munheca ata o beijo pela base e lho dá a Bizaria.Já são dois beijos.Um se desfruta no momento e o outro se guarda.

A uns dez e e três metros de Pukaminas e Bizaria está Rufina. A uns dez e três metros exatos de Pukaminas e Bizaria! Passeia com os pés seduzidos pela água na orla do mar, que faz depois sua trajectória descente, enquanto os pés o agradecem. Porque cedo sabe bem Rufina que estará outra vez, cedo, esse efeito agradável na mente, essa frescura evidente, e que vai, não da cabeça aos pés, senão ao invés! Dos pés à cabeça! Caras e caros amigos...! Como tem que ser!. Passeia Rufina. Procura a tranquilidade dessas horas em que estás como ausentada. Nas que estás cuma espiritualidade no sementar as provas do inocente afar. Um afar do coração ao redor duma idéia contedora na que depositas-te uma ilusão atéia. Passeia Rufina pela beira do mar marinheira na orla do mar salgada, que refresca às  nossas amigas cianobactérias ,às quais, por certo, devemos estar agradecidas. Passeia Rufina. Essas formosas leitugas marinhas que se engancham nos dedos dos pés e reconfortam pela sua admirável sabedoria atribuida a súa datação histórica. Passeia Rufina. Pela beira do mar marinheira, na orla do mar passeia. No seu afar salgado. Na orla do mar passeia. Salgada a mar..., e ela canta:

 

“O mar está em acalma,

estaria eu em acalma na mar

se não fosse pelas ondas do mar,

se não fosse pelas trevas da alvorada...”

 
Canta Rufina, assim, na beira do mar, essa manhã marinheira; (como são, por outra parte, todas as manhãs onde existe mar) canta e coleta cianobactérias Rufina coas mãos.

-Veis agora? Escutar! Não é mais que questão de se comunicar bem!.Se não o dais escutado, bem seria que apanhásseis um búzio e colásseis o ouvido em sua abertura,minhas amigas! – é Giliarenfa quem fala agora. Está cerca de Rufina,  subida a um momtão de terra que antes era um descomunal castelo de areia de ninhas, desfeito pela erosão do tempo .

 

“Se fosse só o mar quem inunda à terra

e a pegada que fica na areia um recordo

da mar que refresca a terra e inunda assim

dum modo natural o sitio onde devemos viver,

na fronteira que existe entre a agua e a terra... ”

 

-Sim! Da cor da esperança! Da cor dos morangos! –salta e diz assim contente Saurvinha, que está entre Giliarenfa e  Rufina, e Bizaria e Pukaminas. Esta última vem andando ao invés ate ela..., é dizer,dando as costas a Saurvinha-

- É a recompensa ! O ruído do mar que vem do fundo da água marinha! –estoura Iayuja que está flotando no mar-

-Chegai-lo então a perceber como eu?

Rufina continua a cantar:
 

 “Na orla do mar,na maré tras maré,

dar voltas e girar trás de algo em que crer,

ter sempre o gosto na gente que vai e bem,

sem nenguma mais vontade que ser natural,

depois de atravessasr com lança e espada

aquele virus que parecia imortal... ”

 
- Claro que sim! Assim o percebo...! –responde Iayuja a Giliarenfa

-Colar um búzio na abertura! – diz com gesto de longa dúvida Pukaminas, andando agora já de frente-

-Não! Eu não disse isso – responde Giliarenfa-

-Colar um búzio na abertura da orelha – retifica Pukaminas-

-É gozosa teu mel de ver - Sorri Bizaria enquanto medita- Esse mel que te baixa desde os poros mais altivos de tua pele –Sorri Bizaria enquanto olha a Pukaminas

Assim se! Sem ferir os sentimentos duma!- diz Pukaminas andando agora outra vez ao invés, é dizer, dando as costas e chegando ate onde está Saurvinha

Escoita-me todas -e todas se param- Eu quero propor um concordato! - diz com tom elevado saindo do mar Iayuja. E todas já aproximándo-se a onde está a torre solitária do vigiante da praia ali se reúnem, como se fosse uma grande conspiração histórica-

-Um concordato! –surpreende-se a poetisa Rufina

Um acordo das partes para chegar a um acordo! Assim se entende melhor, penso... Proponho-vos prolongar o final mais no tempo, para que nos de tempo de aprender em tais festejos e nos façamos mais fortes....

-A mim faz-se-me tarde...-diz Saurvinha

-Queres fugir! – lhe diz Bizaria a Saurvinha

- Mau! Não!. Simplesmente se me fae tarde.

- Dirijo-me aos juízes que fizeram desde o nome da justiça nossa injusta situação  ¡Devemos parar...! –sentença Iayuja

- ¡Já estamos paradas! –diz uma delas

-Mas..., explica-me... Como se pode fazer tarde sendo as doze da manhã, Saurvinha ? – pergunta Giliarenfa

- Tenho que ir apanhar o meu violino que está em casa de Berta. Ela se vai a Hawái, e se eu não vou agora a recolher o violino fica em terra.

-Quem? Berta..., tua prima, ou o violino?

-Em terra...? O violino!

-Pouco solidária então tua prima, pouco solidária contigo, que tocas como orfos anjinhos o violino –remata no dizer Giliarenfa

-Adeus, então –dizem todas em uníssono a Saurvinha como despedida. A música é sagrada!.

-Minhas caras amigas! –Emociona-se Saurvinha e beija a todas. Uma por uma!

O grupo de amigas continua então na torre de vigia, mais por acima da torre começa a anuviar. Chama a atenção sobre esto Rufina a poetisa

- Giliarenfa! não deverias ter falado dos órfões anjinhos!

A torre de vigía vem-se abaixo, mas não causa danos a nenguma, pois suas barras de madeira quando a torre caia por terra o fizeram de modo consciente, sem ferir a nenhuma delas,como se tivesse desaparecido a torre por arte de mágia, e elas, que nessa fortaleza se achavam penduradas, parecia como se agora esteveram no ar flutuantes

- Coragem!  Devemos ter solidariedade para com Genoveva e Mariza! Força, valor e beijos ao céu!

Beijam ao céu e do céu cai chuva

Os beijos chegaram muito rápido ao céu e os anjinhos se começaram a mijar nesse instante. Chove nesse espaço de terra onde estão nossas amigas, porque cai chuva do céu, pelo que se infere que a chuva nessa parte da terra, pelo menos, é fruto da mijada de certos anjinhos com muito desejo brincadeiro. Escapa primeiro da chuva Iayuja, a que parece mais veloz, agarrando da mão a Pukaminas, que se deixa fazer e se estreita nela. As duas estão fora de perigo e se abraçam, e se beijam. Já todas as demais estão fora do alcance dos anjinhos e ao unísono lhes dedicam um sonoro corte de mangas metálico olhando para acima, enquanto ensinam os seios ao ar e se mijam, burlando-se deles com graça e alegria.

-Vamos então! A por Genoveva e Mariza!

Correm para o água e parece que andam acima do mar quando a tocam. Mergulham suas cabeças e se perde o rastro delas. Soa o violino na casa de Berta, onde esta sua prima Saurvinha, a violinista e ela.Compõem uma alegre melodia de despedida pelas suas amigas.  

 
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