Sucedeu num dia, fará uns três séculos, que um homem
se converteu em cão lobo, mas para não perder o uso da razão se fez crer a si
mesmo que se convertesse em bom pastor:
-Devo ter tomado algo que
me sentou mau, quiçá engoli uma pedra
alguma vez , recordo um osso enorme que
extraíram de meu interior. Devorei-o com paixão frenética; desde esse dia
sozinho comi mel durante dez anos e em abeja converti-me, mas segue essa
sensação de ter uma pedra no coração,
que se intromete em meu interior. Eu, que era um falcão e de abelha passo neste ato a ser outra vez bom pastor, pois atravesso os desfiladeiros
inhibidos pelo dor, sucumbindo ante tí, ¡doce amor!,e não sei que fazer, pois
já não recordo o cheiro da outra pele. Meus olhos se humedecem com a fumaça que
aparece, na fogueira do prazer do banquete das mujers e homens da criação;
depois irei eu só até ali, para ver se
ficaram restos de amor. Pelo que a meu concierne, sempre fui educado na
disciplina do respeito devido a meus donos,os humanos, e agora estou só, ¡abandonado!, onde aqui me deixaram meus amos;
elas e eles dizem que eu me apartei, quando eu acho que ao invés foi; ¿porqué
se não abro e fecho os olhos e creio estar num lugar diferente enquanto elas e
eles aparecem sentados, imóveis?.Agora noto como minha pele deixa passar o
matiz de outra pele em meu interior,¡eu!,que sou um bom pastor ,doce bom
pastor, em algum dia com minha língua de mel lamberei tua pele.
xurxo@erencia