martes, 3 de septiembre de 2013

FANTASIA DE CORTE E NOBREZA,; ATO I CENA III




                     ATO I

               CENA III


(No País das Sereias, na gruta da rainha estão a própria rainha Mougadiviche e sua Camareira real Surtinailda. Vigiando a entrada está Pópulo e Pípulo, pajens da rainha)


PÓPULO: ¿Tu cries, mim querido amigo, que é verdadeiro isso que se diz de que o diabo que aninha nas falsas paixões é filho de Mougadiviche?


PÍPULO: Confundes-te. Não é exactamente isso o que se rumoreja, pois ainda sendo possível isso não está nada claro se existe esse diablilho.


PÓPULO: Cómo é isso possível?


PÍPULO: Pode uma pessoa dentro dela conviver com outra e não necessariamente ter que ser filho e mãe na acção em futuro engendramento, e uma pode ser boa e a outra não. Podem até alimentar-se de duas maneiras diferentes e o corpo como é um só. e deverá-se adaptar a umas ou outras necessidades, diferentes concepções e éticos valores numa mesma substância.


PÓPULO: Mas...isso é...horrível!


PÍPULO: Homem, dito assim..., tanto como horrível não o sei, eu diria mais bem que é um inconveniente ilustrado. Verás!, é o lado bom e o lado mau numa mesma  pessoa convivendo mutuamente, e venceu o lado bom no interior da rainha. Mougadiviche, ao ser enfeitiçada é provável que se libertasse de sua parte negativa e esta cobrasse estrutura óssea independente. Assim pode ser que nascesse o diablillho da modernidade desde o corpo de Mougadiviche. Vais entendendo?  


PÓPULO: O que acho que não entendes és tu. Eu penso doutra maneira. Todo o que nasce é pequeno, e sai desde o mesmo lugar no que se depositou a semente. O diablilho  algum dia teve que nascer, e assim teve que ser. Depois pode ter encantamentos ao longo duma vida, espécies e formas que se vão transformando, mas isso já é outra história. Bem!, pois....enquanto, pensando mais as coisas, analisando a coisa desde oitra perspetiva,  para mim, e falando claramente, eu agora mudo de teoria. Mougadiviche foi exorcizada! Esta é minha teoria agora, amigo. Se lhe exorcizou e saiu a substância má, e posteriormente converteu-se  ela por contemplação  numa fada, quando nela já não ficava parte insã, e criou assim este lindo País das Sereias.


PÍPULO: Mougadiviche exorcizada! ...bom... quem sabe!, igual até tens razão. Agora mesmo estão lá dentro representando a obra.Mougadiviche ensaia sobre a sua vida e a  vida ensaia nas nossas vidas.Se calhar por este tipo de circunstáncias sejam nossas vidas tão curtas e nossas esperanças parecam cómicas desde as alturas


(Dentro da caverna)


MOUGADIVICHE: Olá, vivo onde ti queres que eu viva. Esta é minha história, que vos vou contar. Sou rainha, e vivo no reino onde confundem-se as realidades com os sonhos. Quem não soubesse é hora já de saber e que saiba duma vez e que se inteire o mundo inteiro e parte do outro que a ilusão mudou minha vida. Já não vivo tão só entre os humanos e humanas, ainda que o siga sendo, embora sigo vivendo, que isso é outra coisa ainda que pareça assombrosa, e todo seja dito bem desde o princípio pois por estranho que pareça sigo sendo eu ainda que agora possa já por fim viver dentro de múltiplas substâncias diferentes, segundo a ocasião requeira . Posso por exemplo um dia deixar-me levar pelo água que cai em forma de arroio e outro dia ser eu a atropelada, mas agora sempre segundo seja meu desejo, porque o amor que possuo levou-me até o conhecimento das partículas mais pequenas e nelas descobri a imensidão. Diz quem bem quer, gente que me conhece e outras espécies que bem puder e querer servir e serve ao venerável da alma humana pois é o amor universal na matriz, e não deixo de pensar assim eu então no curioso do fato que o mundo de voltas desde que quis ele as dar, ou se lhe foi algo imposto. O planeta e suas penúrias, a condição escrava do fato de viver, sendo pois os conceitos de felicidade esquivos, mas não assim quêm acompanham minhas fantasías, que são as verdadeiras heroicas disposições duma alma intercetada na sua livre condição por chegar à verdade. Por conseguinte estudei, nas grandes universidades das ciências e as letras mas afastada da academia e mais próxima ao tremolar de notas musicais e paixões inconfesavels. Por poder posso penetrar nos poros de tua pele sem que mal percebas; não mais que um pequeno ardência;embora sou respeitosa e a ti em tal caso tocar-te-ia decidir, porque eu te digo que sem mal te dar conta dormirias em meu regaço como uma pobre criança agradecida. Bem..., isto...como vai?..Tudo bem vai?... tens que dizer algo!..., ainda que seja um gesto elocuente...


SURTINAILDA: Tudo vai bem!


MOUGADIVICHE: Continuo pois?


URTINAILDA: Sim!


MOUGADIVICHE: Em ti confio!


SURTINAILDA: Por isso estou a teu lado e sirvo teus caprichos


MOUGADIVICHE: Que bem nos entendemos!


SURTINAILDA: Certamente!


MOUGADIVICHE: Depois faremos o amor tu e mais eu! Agora continuo. Onde ia?


SURTINAILDA: Em que eu ficava..., perdão!...em que alguém dormia em teu regaço sem se dar conta sequer, como se fosse pelo efeito duns pós mágicos...


MOUGADIVICHE: Verdadeiro é!...ainda que à dos pós não chegasse...


SURTINAILDA: Chega pois!


MOUGADIVICHE: ...Como quem joga pós mágicos nas altas copa e a poção ou beberajem ficasse posada no fundo e emboscado do terreno e não se pudesse jogar a culpa a ninguém de tal aturdimento, assim parece avançar a miséria. Durante muito tempo permaneci  abrindo os olhos das pessoas maiores e fechando os das  mais pequenas para que assim pudessem descansar. Mas a miséria seguia achegando-se mais. Achava que ia voltar-me louca Uma noite estava entre dormida e acorda, lendo um conto de fadas.... Deixei-me levar enrolada numa nuvem de imaginativas grinaldas compostas de todo tipo de flores. Os olhos fechavam-se e meu corpo parecia transportar-se, surcando o céu via eu os mares da terra. De repente algo  pareceu golpear o firmamento inteiro...


SURTINAILDA: Oh!...assim não..., tens que pôr nesta última parte mais  sensação de angústia, ânsia, paixão, confusão  ao mesmo tempo. Como se fossem dois e não uma as  pedras  que a ti te entrassem no coração.


MOUGADIVICHE: como podes tu saber quantas pedras entram em meu coração?, porque o que aqui há de verdadeiro é que eu estou a representar o papel de minha própria vida. Em modo algum gosto eu desacreditar o conhecimento que tens nestes assuntos das artes múltiplas e variadas, minha cara amiga, porque certamente tinha duas pedras, mas porei então três!


SURTINAILDA: Isso é!, há que  pôr sempre uma mais das que se crê ter. Podes continuar


MOUGADIVICHE: beijame antes!


SURTINAILDA: Te beijarei´te e  acariciarei tua pele!...lá vou!


(Entra Pópulo, pajen maior da rainha)


POPULO: Chamava-me, sua majestade?


SURTINAILDA: Que inoportuno!


POPULO: Cómo?


MOUGADIVICHE: Falou ela, não eu, atende só a mim...!,  mas... de onde ficas ti nesso de que chamei-te?


POPULO: Cri ouvir o búzio.


SURTINAILDA: Que atrevimento!


MOUGADIVICHE: Tão pouco sejas tão mau pensada. Ademais, ainda que fosse como tu cries, ele também tem direito a seus desejos. Não te aches que és a única. Muitas e muitos desejariam besar à rainha do País das Sereias. Em fim!, pois..., nada disso teve lindo pajen, a não ser que tu gostes também beijarme!, como pensa Surtinailda...


SURTINAILDA: ¡Eu!...cri oir... o búzio.


MOUGADIVICHE: Está bem, pois se só é isso..., não me beijes e vai-te!


 (Sai Pópulo)


MOUGADIVICHE: Continuamos Surtilandia?


SURTINAILDA: Com o do beijo e as carícias?


MOUGADIVICHE: Agora não, sigamos um pouco com os ensaios da obra


SURTINAILDA: Por conseguinte, ias em aquilo que ocorreu quando lias um conto de fadas e estavas-te a ficar dormida


MOUGADIVICHE: Sim, claro..., já lembrava-me!, embora, obrigado por isso!.Continiuo: Por conseguinte soou dentro de mim como um martelo na minha cabeça, como aquele do mismísimo Thor e seus descendentes em luta  pagã contra a cristiandade. Alguém, com indefinivel voz e presença, e que parecia sair  dentro de mim dizia-me que eu devia de baixar dessa nuvem e salvar à humanidade...


SURTINAILDA: Esta alusão céltica não vinha no guião.


MOUGADIVICHE: Pus-a a última hora!. Sou eu a narradora de minha própria história!. Ou que?


SURTINAILDA: Sim!, mas se vais estar mudando o texto, pelo menos avisa.


MOUGADIVICHE: Não creias ter em isto mais papel que o que te corresponde. Asesorarme mas desde minha criação, não a tua. Eu não tenho que avisar a ninguém do que faço.


SURTINAILDA: Pois podias  empregar comigo outro tom!, afinal de contas somos amigas. Podes continuar.


MOUGADIVICHE: Pois agora não quero!. Preciso descansar um pouco, ainda que ao pouco momento precisarei estar cheia de vitalidade. Ainda que não sei que será melhor...ou quiçá não seja nada mais que isso...; que importa tudo isto que eu digo ou de alguém que vai dentro de meu corpo? ¡Estou intranquila! Espero com impaciência a chegada de Halmagetão, esse falcão que vigia o que meus olhos não chegam a atingir.


(Soa uma concha de mar. Entra Pípulo).


PIPULO: Olá, aqui estou agora eu ! Precisavas algo, Mougadiviche?.


MOUGADIVICHE: Ainda não tem chegado Halmagetão?


PIPULO: Se tivesse chegado tivéssemos-to feito saber.



MOUGADIVICHE: Já, claro. Verdadeiro é...retira-te!, a não ser que queiras beijarme ti também


PIPULO: Beijarlhe os pés?


MOUGADIVICHE: Como vês, Surtinalida, a cada pajen é diferente.


(Sai Pípulo)


MOUGADIVICHE: Em fim!, devo seguir o que com interrupções constantes começou,volta eu a mudar outra vez.Como podes ver,Surtilanaila as rainhas de bom coração somos assim,pulando dum sitio ao outro para fazer felizes às e os demais.  A ver se agora vai isto melhor!. Como ia dizendo anteriormente estava uma noite entre dormida e acordada quando ouvi uma voz que me assegurava que eu salvaria à humanidade. Não me outorgou nenhum poder especial nem pesquissa alguma sobre o exercício de dotes sobrenaturais; disse-me que nesse momento me ia ficar profundamente dormida e que ao acordar descobriria que me tinha convertido numa fada dos sete mares e as cem mil montanhas com suas cem mil colinas. Assegurava que confiava em minha pessoa e sabia que não ia trair às espécies do planeta. Ao acordar dei-me conta que essa voz interior me tinha transformado. O espelho tratava de enganar-me representando seu papel. Para ele seguia sendo mulher!. Embora eu, agora tinha que aprender sola, entrar noutra dimensão...


SURTINAILDA: Atira tudo de ti, todo o que tens. Ânimo!...


MOUGADIVICHE: Encontrava-me sozinha, sem relevo nem perfil e minhas raízes apareciam entre o nevoeiro que cobria o vale. Que podia fazer?. Porquê não pude as apanhar?, perguntava-me a mim mesma..., e ato seguido comprendim que por muito que esforzara-mejá não podia as atingir.


SURTINAILDA: Isso é!...mas... Alça-te!... Assim!... ¡Fenomenal!


MOUGADIVICHE: Sentada agora nas nuvens e enfeitiçada isto foi o primeiro que me ocorreu. O que parecia como uma lembrança recordo se apoderou de minha memória...


SURTINAILDA: Aqui tens que fazer uma suave inclinação oscilatoria e te deixar depois seduzir num ligeiro voo como o de uma pluma.


MOUGADIVICHE: Ainda que nunca fiz isso que comentas creio saber o que queres dizer. Vamos ver!... Algo assim?


(Gira sobre si mesma Mougadiviche)


SURTINAILDA: Bastante bem, mejorable mas bastante bem. Essa é a linha a seguir nos pontuas momentos em que uma desbocada paixão tende a um aligeramiento. E agora atenta, vais iniciar o relato de uma lembrança, essa lembrança que sentada nas nuvens e já enfeitiçada foi o primeiro que assim, nesse estado, se te veio à memória. Podes continuar.


MOUGADIVICHE: Estranhas coisas. Era uma tarde de verão divisava desde a janela uma estranha sombra que se escondia entre uns também jovens macieiras. Não sê se era uma sombra ou se era que uma nova  dimensão  transformava esse reflexo e alimentava-se de     meu próprio corpo para subsistir, se foi um estranho chamada ou um efeito de inimaginável causa.   A sombra ou o que fora, não parava de ir de um lado a outro. O caso é que parecia que me estava espiando. Senti um medo que me paralisava, não podia deixar de olhar para esse lado. O vento, que era pouco intenso desprendia sons que se arremolinavam em meu cérebro. Tive que me sujeitar com as duas mãos ao alféizar da janela. 


SURTINAILDA: Vamos!, ¡Que saia todo o que tu tens!, ¡isso é!...¡Ânimo!... Assim!...Minha caríssima Mougadiviche!... isso é!


MOUGADIVICHE: A sombra levava uma gadanha, e de seus olhos desprendiam-se duas largas gotas que conformavam dois regueiros de sangue. Comecei a chorar desconsoladamente. E enquanto chorava a cada vez mais forte a sombra afastava-se. Tocava dormir. Agora me encontrava sozinha. Eu não parava de tremer, era ainda uma menina. Tremia de frio para acto seguido parecer que estava a sucumbir nas angustiosas  fogueiras da inquisição.Um suor pegajoso baixava por meu corpo nu até os pés. Me tumbé na cama, mas também não podia dormir, por alguma razão estranha que se escapava a meu entendimento.


SURTINAILDA: E agora... já sabes! um prolongado silêncio gestual.


MOUGADIVICHE: Cómo?


SURTINAILDA: Um suspiro silencioso


MOUGADIVICHE: Ah!..., isso... já!...ufa!


SURTINAILDA: Assim bem!... podes continuar!


MOUGADIVICHE: Sigo pois: . Passaram um par de meses. A notícia era que um dia de tempestade se voltava a arrastar o monstro, que em primeiro acto de frialdade se refugiava entre os matorrais. Não sei porquê era notícia, não tenho mais dados sobre ele, não recordo sua cara. Deambulava  pelos becos do porto pedindo algo de comer. Podia esperar um dia, até duas e três meses, mas ao final o maligno entraria no albergue, nas casas, suplicando que alguém lhe deixasse algo de paz. Ninguém confiava nele, ninguém queria falar com ele. Por isso se lhe seguia chamando o maligno. E um dia chamou a minha porta. Sabia que era ele porque ninguém chamava a minha porta. Afora fazia um dia de muita chuva. Abri a porta. Chorava com todas suas forças a chuva. Ele se mostrava tremendamente inquieto e dizia com palavras que se entrecortavam que já não pertencia ao mundo ainda que o mundo lhe viesse a recordar que sim existia. Quando via sorrir às pessoas se emocionava. Que como podia ser que ele fosse qualificado como o maligno quando lhe tinham deixado só.


Quando o deserto se multiplicava ante seus olhos se via a si mesmo com um pequeno relógio de areia que sujeitava abrasivamente. Com a mesma esperança que a de um relógio de areia, dizia gritando desesperadamente. Instalou-se em meu corpo. Em fim! Agora melhor. Não te parece?, Surtinalida?


SURTINAILDA: Oh!... Sim!...mas que muito melhor. Essa é a força necessária para que um monólogo adquira proporcionalidades verdadeiramente creívels. Agora sim que foste tu!


MOUGADIVICHE: E não deixá-lo-ei de ser, pese a quem pese.



(Entra  Pópulo)


POPULO: Sua majestade!, já esta aqui...


MOUGADIVICHE: ¿Halmagetão o falcão?, façam-lhe passar


HALMAGETON: Olá, aqui estou pois


MOUGADIVICHE:  Caro Halmagetão, esperávamos-te como o água de um florido mês de maio que bem vale para fazer mágicas poçãos.


HALMAGETON: Mas. Quem então? O água ou Maio


MOUGADIVICHE: O água, meu caro amigo, o água, Maio é máximus,mais o água é o água...


HALMAGETÃO: Quando chegamos à costa andavam pela areia das praias e calas e não paravam de graznar, seu aspeto era aterrador pois estavam sumamente inquietos, mas ao mesmo tempo pareciam felizes, como se estivessem a celebrar um triunfo. Eram tantos que tudo parecia diferente. Uma estranha sensação de inquietude e ao mesmo tempo iniciação para a descobrir de algo novo se apoderou de mim. Dentro de meu corpo de falcão divisei um túnel mortífero aninhado de corvos que traziam maus presságios. Recordei tuas palavras de conhecimento sobre os assuntos que conciernem às almas e composições delas, as misturas nas próprias misturas, a palavra dentro da palavra é as boas condutas no são juicio das falsas interpretações que escapam da realidade, mais o mal agora fecundava nessas areias,nessas praias. Essas formas, essas grandes dimensões do pèrigo estava nessa estranha raça de corvos que lá se juntava, num estrondoso tagarelar, com as imagens mais dementes que o ser humano pretende  esquivar. Num dos extremos duma cala, afartado entre as rochas que formavam a base do enfiado alcantilado reunia-se um grupo duns catorces; eles pareciam ser os que lá mandavam. O que pude observar foi algo que escapa a toda condição lógica. Havia  também um ser humano, o qual tinha o passo fechado. Os corvos tinham-no atrapado. Era de baixa estatura o homínido. Os corvos enormes!, quasse chegavam ate a cintura do homem. Eles calavam. Ele gritava desconsoladoramente. O espetáculo era desolador!. As ondas do mar golpeavam com força no velho molhe. Teve um momento em que sua voz, a voz do homem pequeno,que antes escoitava-se com fora acalmou-se. Suponho que presa da desolação, ao saber que suas ondas de reclamo apagar-se-iam ao ser depositadas num solitário firmamento. Todo era corvos e ele ante eles. O homem tampava sua cabeça com as mãos, numa tentativa de apresentar oposição as bicadas que agora começavam a  chover-lhe. Do mesmo modo caía o água que começou a brotar das nuvens, como se foram estalactitas dum deus menor. O dia estava a cada vez mais empenhado,então, em fechar seus claros, não havia saía para o homem!. Os corvos emitiram uns sons guturales estridentes e desgarradores que se implementavam ao crujir do bico, que alçando ao céu azul proclamava uma nova vitória. Era, como tu bem me tens falado disso, um sacrifício pagão onde o diminuto homem ia ser devorado pelos corvos.


MOUGADIVICHE: Mais que dum sacrifício pagão estamos aqui  tratando doutra coisa, meu caro Halmagetão.


SURTINAILDA: Pois tens-me a muito intrigada, como imagino-me que a ele também. Pode-se saber de que coisa se está então segundo tu aqui tratando?



MOUGADIVICHE: O primeiro para eles é chegar até o coração e o cortar em pedaços mais pequenos. Com um pequena dentada é suficente para estabelecer conexão com o alma!. Assim são certa clase de guerreiras e guerreiros!



HALMAGETÃO: De todos modos a cena apresentava diversos signos de ritualidade, era como se também fossem ao mesmo tempo humanos, pois quando chegou o momento em que estavam esgaravatando nas entranhas do homem lançavam como cánticos de guerra. O grupo dos catorce alçaba as asas e os outros corvos paravam de cantar e baixavam a cabeça .


MOUGADIVICHE: Escarpim!, o rei humano adestrando está  aos corvos, duque para mais senhas. Sem chegar a ser um corvo conhece-os melhor que ninguém!. Foi-se a Sibéria  durante quatro anos adiestrando falções gerifaltes. Foi lá voluntariamente e aprendeu a viver nas adversidades do inclemente habitat  da tundra Aprendeu dos ritos dos corvos, de seus grasnidos e adejos.Comendo carne de reno. ¡Maléfico Escarpim!, move-se como se fosse uma serpente que guardasse o segredo da perfidia.


SURTINAILDA: Mas..., então... É a perfidia um segredo?


MOUGADIVICHE: ¿Que?


SURTINAILDA: Como dizes que Escarpim é uma serpente que guarda o segredo da perfidia


MOUGADIVICHE: Eu não digo que Escarpim seja uma serpente, senão que parece uma serpente que não é o mesmo, pois...


HALMAGETAÕ: Aos olhos de quem parecer vem a ser um fato indiscutível que passa a ser real o que assim se imaginasse, pois leva todo o ego substancial o ser existencial numa sedutora e cúmplice estadia de conviver com os caminhos que dirigem as mais nobres facendas, Quero dizer!. A resposta vem do sentimento, que é o que julga, e não a razão...


MOUGADIVICHE: Eh?...


HALMAGETON: Eh!... que?... Eh?... está bem!, farei como o bom  cirurgião ao que não lhe deve tremer nunca o pulso  e irei  por partes... seja pois..¿isto?.... Vá!..cortou-se o fio discursivo esse!,o que bebe das fontes sagradas da cristalinas águas da sugestiva e jocosa Mater Inspiratoria. Em mim é disculpável, pois só sou um falcão que está a aprender.


SURTINAILDA: Amiga Mougadiviche, às vezes penso que não sei se pensas o que dizes ou talvez dizes e pensas justo e à mesma vez, de tal modo que o que fazes é transcribir o que num  conjunto harmônico ouves. Eu  inclino-me mais bem a pensar no segundo. Outros, como é o caso de Halmagetão parece que se perdem e acabam falando em Cirilio.


MOUGADIVICHE: Cómo! Halmagetão influenciado pela palavra daquele que disse “pela fé de Cristo estamos dispostos a padecê-lo todo”? Ja, ja, ja...!, Bem!, agora em sério, Ja!, ¡ja!, ¡ja!..., o que quererás tu dizer..., é em cirílico!, entendendo-se por isso...


SURTINAILDA: Quando te ris da ignorância das e os demais és estranhamente irritável Sim!... isso é!..., com esses sinos tão confusos e errados.


MOUGADIVICHE: Não to tomes a mau, mulher. Bem, está anoitecendo, devo me retirar a descansar, vens Surtinailda?, adeus falcão!


HALMAGETÃO: Para o que mande sua venerable ilustríssima!
                                FIM
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