CAPITULO IV DE COMO JONÁS E HEMERITO VI FIZERAM PARA
NEGOCIAR COM OS CÃES DE BALHIULKA
-Se os cães de
Balhiulka não deixam de ladrar é porque têm algo que guardar-dizia agora Jonás
flutuando no mar, ainda que isto não fizesse falta, pois com os pés à terra que
há embaixo do água se podiam ele e Hemérito VI ancorar-
- Como todos os
cães..., já vês! ,... que coisas dizes pois! -replicava Hemérito VI-, o que sim
é evidente em tudo isto é que são de um aspeto e tamanho monstroso, e isso de
que avisem de um futurível dano, que ensinem seus afiados dentes a nós..., ainda
que é curioso! , e é que não se movem, é
algo espantoso... ¡
- Não são como
todos os cães – dizia Jonás-, mas..., estes guardam segredos maiores, e ainda
que todos os cães guardem segredos de amas e amos, estes dispõem-se vigilantes
para que ninguém perturbe a paz dos deuses e deusas.
-Eu não sei toda a história, mas algo há ou se comenta...
- Alto aí!, falar
de deusas e deuses não é qual de que licite rumores, senão que é algo mais
sério –interrompia agora Jonás a Hemerito VI-
- Também não é para se pôr tão meticuloso...,
digo eu..., pois o fato de que se comente algo do fato é já um fato, não é
assim talvez e talvez que não ou que sim?
- Assim é de
justiça! O conhecimento destas..., mas..., dize-me!, que ias dizer?- comenta
agora Jonás enquanto fixa-se sua vista no fundo marinho, e como nada vê
submerge a cabeça no água, pois parece que algo move.-se no interior do mar,
que aparece como uma cálida lousa apaciguadora na orla. Volta a sair os miolos
ao exterior e volta a submergir, e assim intermitentemente
- Sabendo pelas
sagradas escrituras que os cães de Balhiulka se escaparam do templo..., melhor
assim...! , não?, - respondia agora com ironia Hemerito VI a Jonás -, embora..., pode-se saber que estás
a fazer?...
-Não sei precisar,
mas no meio desta paz marinha noto uma
estranha força que vem a perturbar meu foco de aparente tranquilidade –dizia
assim Jonás sem parar de introduzir e atirar a cabeça no mar-
- Vá!, pois eu a
verdade que não noto nada mais que se continuamos aqui flutuando ao lado da
orla vamo-nos gelar. Temos que sair a terra e convencer aos cães. Mas dantes, e
para limpar o caminho que abrisse anteriormente em meu discurso, pois..., em
fim!..., como ia antes dizendo..., sabendo que se escaparam os cães de
Balliulka do templo, o que não se sabe é como até aqui chegaram, e ainda que
nós deveríamos isto recordar, tal e como assim nos instruíssem desde a cidade
das Bestas Sagradas os e as ilustre comisionadas, difícil é ao ser tantas e tão
prolongadas a lista de criaturas, reis, deusas e demais da natureza. Mas...,
bem!, isto...,vá!, pois resulta que estou a falar sozinho..., por
Horrintae!, porquê introduzes uma e
outra vez tua caveira no mar?, ... ¿qual é o motivo agora de adorar a deusas e
deuses do fundo marinho, no ato litúrgico de afogar uma depois de outra vez os
miols nestas gélidas águas ?.; ¿quem está por aí? , talvez Libisett?. Nem escutas-me ao estar afanado em tal
tarefa!. Pára-te um momento!- dizia isto último Hemerito VI apanhando do braço
de seu colega e atirando assim dele-
- Verás!, -dizia
agora Jonás, ao passar de ser seu centro de atenção o mar e o fazer agora sobre
Henérito VI vascular- noto a presença de
algo, acho que pode se tratar de...,mas...será melhor que abramos o cofre onde
está o livro de instruções!, ou lembras-te de cor de todos os Elfos, fadas,
duendes, reis, monstros marinhos...
- Mas..., Jonás!,
se o cofre ia no barco...
- Já!, ...,
isto....ha,ha,ha..., -dizia agora confuso e aturdido Jonás- isto...em fim!,
bom...,em realidade que mais dá..., se total nos...,se total temos-no-las de
ver com tantas e tantos que é o mesmo. Mostrar-se-ão elas e eles como queiram e
o demais dará igual, sendo assim...
- Ai!..., embora...por
Tualba!..., algo há aqui que...,tinhas tu razão, Jonás!, maldita seja!...,ajúda-me!...-suplicava
Hemerito VI
- Vou em seguida em teu auxílio! – atendia à
suplica Jonás- .Mas!..., ai!...,não pode ser!...¡ai!...,Verás...,eu...,não posso
avançar!...,mas...,oh!..., Por Irizaulguina!, ¡um estranho ser se enrosca entre
minhas pernas...!
- Mas..., deixa-me pensar, Jonás!. Sim, pode
que seja, verás, lembro-me dos Vermes Marinhos do centro da terra que eram
inimigos dos cães que guardavam os templos...
- Sim!, agora que
o dizes..., mas... devemos dar-nos pressa!, estes a cada vez apertam mais. Como
era..., tenho-o na ponta da língua!
- Os vermes de Kemplanelfing! –atinava Hemerito
VI- sim!, isso é....,agora já acordar!
- Eu também!,
sim, devemos acariciar-lhes e perguntar-lhes como sair vitoriosos dos cães se
não sabemos decifrar o código
- Oh, sábios
vermes de Kemplanelfing!, - dizia Hemerito VI com a vista no interior do mar,
falando e ao mesmo tempo acariciando a umas serpentes marinhas de duas cabeças
que aprisionavam sua cintura- vocês que vindes desde o centro da terra ao fundo
marinho e desde ali as orlas procurais, onde os cães do dia e a noite vigiam, digam-nos
a mim e a meu amigo Jonás como obter a boa consideração destes que têm cabeça
de leão e são grandes como o Ogro Mengrolkffiuem, que habita nas estepas.
- Oh, sábios
vermes de Kemplanelfing!, vocês que vindes desde o centro da terra ao fundo
marinho e desde ali as orlas procurais onde os cães do dia e a noite vigiam, digam-nos
a minm e a meu amigo Hemerito VI como obter a boa consideração destes que têm
cabeça de leão e são grandes como o Ogro Mengrolkffiuem, que habita nas
estepas- repetia Jonás, só que onde dizia antes Jonas dizia agora Hemerito VI-
O que depois
ocorreu foi que os vermes de Kemplanelfing se descolaram das cinturas de
Hemerito VI e Jonás . Ambos tocaram por fim terra enquanto os cães permaneciam
imóveis mas ao mesmo tempo hostis. Ditos cães dispunham-se num espaço semi-circular
que imposibilitava toda saída, ou mais
bem dizer toda entrada ao centro da
ilha. Mas alguma conversa deveu de ter entre os vermes de Kemplanelfing e Jonás
e Hemerito VI, ou entre os vermes de Kemplanelfing e Jonás, porque este dirigiu-se
para o centro da cala e com decisão e rouca voz disse:
“ Fonte sublime
de boca curiosa,
Em tua pedestal
ela nascerá
E de Formoi filha
ao mundo habitar.
Tu Fonte chamada
Minxial!,
que precipitas
teu manancial
Na proximidade de
meu alento juvenil.
Voltas agora a
mim em forma de Deusa,
A ilusão de minha
vida
Por ver que estás
com vida,
Minha jovem Ninfa
do amor.
E chispas tal
quantidade de água que
Só te ver-te te
recolhendo o cabelo
Que desprende faíscas
de fogo infantil
Faz-me sentir-me
bem
Esse água que
brota de teus olhos
Feitos ao
amanhecer,
E que depois dum
éter suspiro
Dae de beber meu
amor para contigo.
Aquela sensação
que também brota
E sai de meu
cativo coração,
Como a esperança
de meus dias
Que vêem
florescer alvas do meio dia
Nas noites mais
escuras
Em que um ogro
pudesse morar.
Abram pois os
olhos, cães rancorosos,
Mingúem posição e
deixem que
Passemos os
gentiles de Jonás
e Hemerito VI!
Tremo só do fato
de pensar
que algum dia não
existirás,
Deus Formoi!,
Enquanto tu,
que brotas do
água do manancial,
Minha formosa
mulher, que fazes
que minha vida
cobre sentido
Após as longas
horas
dedicadas ao
estudo das letras
Com seu cinto da
ciência,
Atrapado caio e
rendido
Em minhas trevas...;
A teus pés!.
E os cães de Balhiulka
uma vez rematados de recitar estes versos (os quais escutaram muito atentos e sem ladridos, com as patas
direitas apoiadas na têmpora e com a língua afora) uiviram à lua e ficaram dormidos. Esta
história aparece nos livros sagrados. Ele tão só se adaptou ao guião
estabelecido, pois não se sabe a ciência certa se estes versos já os conhecia
Jonás, se estes versos ditasse-lhos um dos vermes de Kemplanelfing, ou também, e porquê não, que estes versos
saíssem dele mesmo sem jamais ter lido eles nunca, nem nas sagradas escrituras
nem em qualquer outro pergamino
.