CAPITULO V (primeira serie): A ogressa Acuratanak
-Muito poucas e poucos davam já algo por nós
dois, embora aqui estamos agora Jonás, com os cães de Balhiulka dormidos a
nossos pés!; graças a tuas palavras...
-Graças ao amor, caro Hemérito!, graças ao
amor devemos compreender que agora estamos com vida. As deusas e deuses estão
conosco,embora também é certo que há uma luta entre eles e elas, uma guerra de
vaidades superiores que contemplam ao igual que teu e eu a indómita beleza de
vales, alcantilados, ribeiras e outros paraisos terrenais, como agora nesta
ilha; diferentes lugares nos que aninham
diferentes criaturas projetadas num interior habitável de terra, mar ou
montanhas..., já sejam estas últimas de visão apacível ou em hipnótica erupção
revolucionária...
Por conseguinte, e achegando-se a noite,
baixavam do céu búzios e aves penetradas nelas. Pareciam estas últimas enormes
para o olho humano, mas em realidade eram e são de diminuta condição, tal é de
modo que são elas as mais pequenas de sua natureza, machos de lava e fêmeas de esmeralda são, elfinhas e elfos
das abelhas!, colibries que assomavam desde as portas do búzio sua diminuta cabeça
sedutora, embora abismal para a mente individual e mitológica. As nuvens eram
as que em realidade desciam...; introduzidas
também a sua vez nas conchas marinhas algumas de suas partículas...; o
nevoeiro abria-se..., o mar abaixo permanecia sedento de prazer, mas imóvel , os
caracões marinhos compartilhavam ninho com elfinhas, elfos e partículas
eternamente diminutas e atmosféricas ... Quando parecia que o nevoeiro se ia
misturar com a areia e afogar no mar, fez
aparecimento sua irmã mais ativa a bruma; agora as partículas que estavam
dentro dos búzios, e pelo efeito do vento saíam da carapaça e uniam-se às outras
que já estavam soltas, e ascendiam ( note-se que esta é a explicação que aparece
tal qual e literal nos livros sagrados para referir-se à diferença que há entre o
nevoeiro e a bruma ) simultaneamente que as conchas marinhas oscilavam, e com
elas os caracões e as elfinhas das abelhas. Jonás e Hemérito VI em terra. Estavam na
orla da ilha, ao lado do sonho dos cães de Balhiulka. Da bruma nasceram faíscas
transportadas pelos elfos e as elfinhas, que agora estavam fora das conchas
marinhas. Voavam de um lado para o outro sem controle e batendo entre elas e
eles como pássaros enormes e cegos. Saíam dos búzios antes que estos chegassem
a sedimentar no fundo abismal, e multiplicavam-se à medida que seus cánticos
aceleravam a ansiedade vital da faísca por acender o fogo. Fogueiras marinhas
dispersavam-se flutuantes no mar vulcânica enquanto na terra estabeleciam
pacíficos sinais circulares como
indicando um caminho a seguir, ou o fato de que na cada uma delas
existisse uma congregação amigável..., ou conspiradora..., de diferentes criaturas.
Enquanto, a noite aparareceu sem a lua. Os cães de Balliulka seguiam dormindo apacívelmente apesar das
horas de magia, ou pelo contrário dormiam apacívelmente graças a ela. Os búzios
que choviam do céu caíam no mar violentamente, enquanto na terra o faziam com
muito cuidado. Agora, voando ao céu aberto, e ausentes as elfinhas e elfos das
abelhas de dito elemento protetor, cantavam alegres e joviais cánticos acompasados
com um vento germinador. Os búzios caíam como se fossem destacamentos de
guerreiras e guerreiros, fiéis a umas coordenadas estabelecidas. Agrupavam-se ,
desta maneira, numa ordem geométrica e respeitosa com a paisagem..., um meio
tão novo, selvagem e curioso ao mesmo tempo. Assim, formavam ditas conchas
marinhas como pequenos túmulos criados pela concentração de ditos caparaças de
caracões marinhos; situados estes túmulos
em pontos determinados da orla da ilha das sepultureiras, que dava ao
conjunto a sensação de um todo premeditado. Tudo isto ocorria enquanto Jonás e
Hemérito VI estavam agora sentados ao lado de uma das fogueiras de tão curiosa
germinação. Após a lógica confusão e o assombro
reinante neles ante os novos
acontecimentos, cantavam agora ao redor de uma delas, dispostas pela casualidade
das faíscas que emanaram do atrito de colibries e caracões dentro da concha
marinha. Fogueira que agora compartilhavam com um dos cães de Balliulka que se
mostrava apacível, após que Jonás falasse com os vermes de Kemplanelfing. Hemérito VI tocava
uma flauta vertical enorme e sem soquete
e com seus correspondentes buracos, enquanto brincava o coração de Jonás:
Fonte sublime de boca curiosa
Em tua pedestal ela nascerá
E de Formoi filha nascida ao mundo.
Tu, fonte chamada Minxial!,
Que precipitas teu manancial
Na cercania de meu alento juvenil.
Voltas agora a mim em forma de Deusa,
A ilusão de minha vida por ver que estás com
vida,
Meu jovem Ninfa do amor.
E atiras tal quantidade de água que
Só o te ver recolhendo o cabelo
Que desprende chispas de fogo infantil
Faz-me sentir-me bem;
Esse água que brota de teus olhos
Feitos ao amanhecer!,
E que depois de um éter suspiro
Baldea meu amor para contigo.
Aquela sensação que também brota
E atira de minha pequenhito coração,
Como a esperança de meus dias
Que vêem florescer alvas do meio dia
Nas noites mais escuras
Em que um ogro pudesse morar.
E agora que vocês,
Cães da noite dormidos estais
E a lua sequestrada pelo sol parece estar
¡Dize-me tu, minha deusa!
Quem é a dama mais bela no amor?...,
- O mais curioso é o dos cães, seguem dormindo
como se nada ocorresse -interrompe Hemérito o cántico de Jonás, ao mesmo tempo
em que deixa de soprar a cana de bambú
-Está claro que tudo isto é da satisfação
delas e deles, pelo demais...
-Não sê eu que dizer -volta a interromper
agora Hemérito VI a Jonás- a isto que teu dizes, pois a verdade é que eu tão só
os vejo dormir..., embora nada mais...
- E que queres que façam?, dormir é a melhor
maneira de sentir piedade
-Dormindo estão a demonstrar estar conformes
com esta magia da natureza, eu a isto não diria nada mais...
-Bom, de qualquer jeito acho que agora o que
devemos de fazer é isso..., dormir..., no dia de hoje tem sido...
-Mas, não pode ser..., que é o que
vejo...! -interrompe Jonás a Hemérito, enquanto leva-se uma das mãos à cabeça e a
outra indica para o extremo oriental da praia -olha para ali!...,naquela torre
de búzios!
Efetivamente, algo ocorria numa das congregações
de agrupadas conchas marinhas em forma de túmulos que tinha a metade de sua
osamenta dentro do mar, e que se encontrava a tão só uns sessenta pés de Jonás
e Hemérito VI. Um fundo crepitar saía de seu interior. O túmulo era de seis pés
de altura, a metade submergida e a outra radiante e resplandeciente, ao abrigo
do fogo marinho, que se achava representado num vivo cromatismo, entre as fendas
e abruptas planicies de dobras que conformavam
uma linha de juvenis alcantilados. O túmulo cobrava vida, precisava da
vida!, algo ocorria que dele germinava a vida que na morte comemora, de sua
visão criadora...,e posaram-se desde o céu as elfinhas e elfos das abelhas, que
torpemente batiam entre si, presas e presos do goze sublime de se sentir livres
após compartilhar o búzio. Era agora que baixavam a terra e rodeavam ao túmulo,
ao mesmo tempo em que se transformavam em ninfas e duendecilhos, à par que do
túmulo germinava a ogressa marinha Acuranatak, antiga protetora das fosas
marinhas, e que agora emergia. Seu aspeito era monstroso mas ao mesmo tempo
tenro. Alçou seus braços e pôs seu único olho aberto ao céu. Soou um trovão
aterrador e um grito entre lastimeiro e espetral escutou-se que saía de sua
boca. Ninfas e duendecilhos atiraram-se ao mar e circundaram à ogressa marinha
num círculo de amor.Girando ao redor dela alegres cantavam, enquanto ela
gentilmente a todas e todos atendia com gestos de afeição. O círculo abriu-se e
a ogressa começou a caminhar com passo torpe, balançando de um lado a outro:
Oh!,Acuratanak,
Tu que tanto tempo
Permaneceste reinando na imensidão abisal...!,
E agora, após que os vermes de Kemplanelfing.
Saíssem ao encontro de mortais
Que até aqui chegaram
Graças à fé depositada neles e elas
Por deusas e deuses sobrenaturais...!
Pois se não...,de que outra forma pudesse
ser...?
Oh!, tu, Acuratanak,
Recupera tua honra perdida na superfície da
terra;
Tu que foste exilada às profundidades marinhas
E voltas agora...;
Tu demonstrarás que não és tão torpe como
imaginam
Senão que só é que estavas acostumada a viver
Onde a luz não chegava...;
Mas Agora, tu és a primeira
Que sai do fundo das marés....
Assim cantavam ninfas e duendes que antes
eram elfinhas e elfos das abelhas..., por ser tão só colibries..., a um lado e
ao outro da ogressa Acuratanak, sorrintes e sem parar de brincar de alegria e
felicidade. Ela se ia aproximando para Jonás e Hemérito Vi, movendo a cabeça de
um lado para o outro, e sem para com seus braços enormes e ao mesmo tempo amáveis, que faziam o giro
típico das aspas da felicidade do velho moinho quando lhe visitam as amigas e amigos.
-Oh, Jonás...que vamos fazer agora..., -dizia
Hemérito asustadizamente- vem para aqui!. Qual serão suas intenções?,que eu
saiba, estes bichos enormes não são amigos de....
-Tranquilo, que seja o que queiram nossas e
nossos protetores sobre-naturalis, eu começo a entender que se seguimos com
vida por algo é, precisamos saber!
E Acuratanak por fim estava já ao lado de
Jonás e Hemérito VI. Sua mirada era tenra, e deu instruções à ninfa de trenzas
douradas que lhe chegavam até os tornozelos e com sardas aromáticas dispersas
entre os poros mais genuinos de sua pele, a grande Rosemeriamli!, conhecedora
da arte das línguas e interpretações, para que transcribe-se o que aos dois
mortais queria dizer, e disse então assim Rosemeriamli:
Lá onde habita um lago,
No interior da ilha estão sepultadas
As espadas e machados mortais
Da grande contenda que sucedeu nesta
A conhecida ilha das sepultureiras.
Após a chegada de Tualba,
Antes ainda que ela, já chegavam aqui
Os espíritos dos e das guerreiras
Que foram vencidos ou vencidas
Ou desaposadas de sua honra.
Tualba deu-lhes esperança e ressuscitou
O corpo dos e das mais valorosas,
Para livrar a última batalha contra Horrintae
Que a persegue continuamente...;
E agora pretende,
E já desde faz algum tempo,
A encerrar numa jaula.
Se Tualba vence a Horrintae escrito está
Que com isso chegarão nove dias de paz à
terra,
Que valerão para configurar uma nova
estratégia;
Mas por enquanto o que ocorre é que Tualba
Está presa em algum lugar das ilhas,
Enquanto o deus da guerra,
O abominável Horrintae anda ocupado
Em outras crueldades.
Missão é a vossa, pois, a de chegar ao lago,
Repartir as armas e todas e todos juntos
vencer
Aqui nestas ilhas eleitas da terra
Ao todopoderoso e maligno Deus da guerra.
Com vossa chegada tão esperada por sempre,
Almas mortais perecíveis!
A ilusão cobra vida;
E até aqui voltam
Ogressas como eu, ogros,
Ninfas em forma de elfinhas de abelhas,
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