CAPÍTULO VIII A OGRESSA ACURATANAK DESCOBRE UMA INSCRIÇÃO REVELADORA
Iam empreender a marcha para o interior da ilha. Os cães de Balhiulka,
excepto Minurl, permaneceriam ali, vigiando essa entrada. Minurl era aquele que
pela manhã matinal movera a cauda alegremente e falara com Rosemeriamli, enquanto
lentamente começavam a acordar preguiçosamente os dois humanos. Ninfa ela com
sardas aromáticas dispersas entre os poros mais genuinos de sua pele , de tranças
douradas que lhe chegavam até os tornozelos e ciente da arte das mil línguas e
infinitas interpretações.Os cães, pois, ficariam vigiando,
assim foi pactuado. E fá-lo-iam fazer com a colaboração dalguns dos
elfinhos que incordiavam às ninfas para se juntar com elas, pois foi assim que
foram seleccionados por elas como os mais preguiçosos e insistentes em tais luxuriosos
desejos voluptuosos de máxima aproximação. Protestaram eles, os vadios, mas os
cães ladraram e eles calaram. Ao ver esta resposta por parte dos cães foi
que algumas das ninfas decidiram ficar, e delas algumas se fundiram nas pedras
e no mar e outras olhavam complacentes aos elfinhos. Por conseguinte, a
expedição estava composta, sem importar a ordem na relação numerária de suas
personagens, por: o cão de Balhiulka Minurl, a ninfa Rosemeriamli, os
humanos Jonás, do
clã de “Prusima a Cerva” e Hemérito
VI, do clã de “O Burro Nicafor”, a ogressa Acuranatak e um coro de ninfas e outro de elfinhos. Iam agora seguindo um dos caminhos
que elegeram por lhes parecer a todas e todos o mais singular, pois aparecia o
sendeiro alagado de seixos rolados de muitas diversas cores cálidas.
-Não sei que queres dizer por apaixonante
–responde secamente Minurl, o cão de Balliulka-
-Pois..., em fim..., de tuas palavras tão austeras
deduze-se uma desidia amatória...
- Eu sou um cão e ti uma ninfa!
- Já!...,
mas sois cães eleitos por deusas e deuses, e isso vos faz ser diferentes,
devêsseis de estar mais orgulhosos -fala agora a ninfa Rosemeriamli, enquanto
se detém no caminho para beber das líquidas emanações de água que se desprendem
desde as raízes duma enorme cerejeira-
-Mas sou ainda assim um cão, meu anterior amo
era o Deus Formoi e o templo onde se lhe venera, na vila de Digamndia no golfo
de Bardenia. Vocês as ninfas vos pareceis bastante às humanas. Ainda que igual
que deusas e deuses sabeis voar. Nós os cães, ao igual que eles não podemos
voar, mas não nos parecemos tanto, ainda que sejam nossas e nossos melhores
amigos. Não diferenciamos pois entre humanas e humanos, deusas ou deuses,
ninfas, elfinhos... - Mas, fostes chamados pela deusa Tualba, a quem devemos
localizar...-interrompe com assombro Rosemeriamli -
-Coisas da casualidade, -interrompe com firmeza Minurl - ela nos precisava e nós servimos a quem bem nos trata. Como disse antes, meu anterior amo era o Deus Formoi e o templo onde se lhe venera, na vila de Digamndia no golfo de Bardenia. Deus, certo é, que protege o espírito de guerreiros e guerreiras quedas em batalha, mas nós os cães só entendemos que era nosso amo, e como tal sua casa devíamos guardar. Depois chegou o de Tualba...
Falavam por conseguinte Rosemeriamli e Minurl
quando o grupo chegou até uma planície da que icavan salientes algumas árvores
dispersas com tronco de cobras que levavam em seus ramos colgantes gaiolas de
prata com pequenos animais dissecados. Quando o grupo começou a se achegar a
ditos árvores, puderam adivinhar que se tratava de mouchos, corvos e corvas e cabeças
reduzidas de mulheres e homens, estas últimas sem gaiola, colgantes dos
pedúnculos, como se se tratasse de enormes cerejas podres.
- Por Tualba!, exclamava agora entre
assombrado e aterrorizado Hemérito VI-, mas..., oh!, tudo isto... que
significa?.., é..., é algo verdadeiramente horrível.
-Tem que ter uma explicação –dizia Rosemeriamli
enquanto olhava dum lado a outro procurando alguma pista, e as fadas e elfinhos
voavam precipitada e inquietamente-
-Mas, vos fixar!... Acuranatak!...; onde vai?
Dirigia-se a ogressa para uma pedra vertical
que se achava emboscada entre a erva. Cortou o matagal, depois comeu-lho e
ficou a pedra. Tinha uma inscrição. Fez gestos ao grupo para que se achegasse.
Com assombro asi fizeram-no. A ogressa Acuranatak pediu à ninfa Rosemeriamli
que decifrasse o enigma. E Rosemeriamli, primeiro leu pára se mesma, para acto
seguido, e presa de uma emoção incontrolável, parecendo ser sabedora do que
isso ia significar olhou ao céu, alçou punho em alto e gritou:
“Que se ouçam estas palavras
E seu verdadeiro significado,
Que se entenda que as deusas
Ajuda também precisamos,
Tualba sou e habito em teu coração
E ti virás a me salvar”.
Eram estas, por conseguinte, as palavras escritas em enormes caracteres pictográficos. Chorou Rosemeriamli e o céu se abovedou duma luz intensa e metálica. Soou um estrondo arrollador, como o trovão do julgamento final. A terra tremeu e aralhou de tal maneira que se partiu em dois, caindo no abismo uma ninfa e dois elfinhosos. As gaiolas explodiram e dos mouchos corrvas e corvos saíram figuras etéreas de guerreiras e guerreiros que cicatrizavam no ar como espectros. As cabeças minimizadas caíram do pedúnculo e da terra germinou um grupo de homens e mulheres, humildes camponesas e marinheiros.
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